sexta-feira, 26 de junho de 2020


ÚLTIMO TEXTO
(Zetti Nunes)

Meu intuito é dar uma satisfação aos poucos seguidores, não de mim, mas dos meus textos.
Página 135 do meu primeiro livro: se, ao escrever... consigo que uma única pessoa com-preenda, este livro não está sendo em vão. Isto foi em 2016, mas desde 2010 que escrevo e ninguém ainda me compreendeu. Não é questão de ser poeta ou não, quem compreende age nos conformes, portanto...

Escrevo para o vento.

Sou ininteligível para uns, indigesto para outros e insuportável para meus críticos.
Anteontem ventava aqui em Balsa Nova – PR. Tenho pra mim que escrevo só para ele:

Vento daqui pra frente só você é meu leitor e confidente.

Aviso que não estou “deprê” estou como meu gato que se chama Sereno e minha amiga apelidada de Serena (Joice).
Entendo porque não me entendem. Não sou eu quem digo, sim Confúcio: “se queres entender o presente, conheça o passado”.
Plantamos “fique na sua” e colhemos essa monocultura.
Sua o que? — cada ser que fique na sua — espécie — e com sua programação. Humanos também. Humm-manos! Quero dizer, nós imitamos os animais programados e também os gramados.
Sua o que? — cada um na sua linha de ali-e-nados e alinhamentos de ideias. A matemática que é ciência e a consciência nos diz que cada um na sua linha paralela nunca haverão de se encontrar. Então é isso: entendo quem não me entende.
O inverso da frase é que é trágico, trágico não só para mim, mas para o paraíso que poderia ser este aqui neste agora.
Confirma a ciência de que tudo está conectado. Num sentido largo, os humanos estão numa grande ilusão porque agem como se fosse o contrário. Ou seja:
É ilusão minha tirá-los dessa ilusão.
Outra ilusão são esses meus 77 anos.
Os parentes me mentem: tenho no máximo 57! Talvez envelheci, depois desenvelheci.
Escrevi na orelha do meu segundo livro: aqui cheguei em 1943 e ainda não me acostumei.

Não mais todo dia 7, 17 nem 27, lerás o blábláblá do Zetti.


terça-feira, 16 de junho de 2020


SETE TORRES DE VIGIA
(Zetti Nunes)

1ª HOLISMO — É o universo em interação e os seres em conspiração entre si. Conclusão: se nos isolamos não temos acesso ao Grandioso porque a vida é entre ajuda e sem alternativas outras. Por assim dizer, somos o álter ego da existência fora de nós.
2ª ESSA COISA — A experiência interna do sagrado difere de crer. Sabemos e não cremos que existe essa coisa que as palavras não captam e muito menos o racional. A palavra Deus não é Deus. O amor se derrama do entendimento conectado a uma única e mesma unidade. Se me permitem dizer, o único atributo de Deus é ser a própria unidade. Isto não é panteísmo, é vivência. Quando percebemos que todos os seres são UM com Deus, dessa fonte una brota o amor ou a consciência de amar ou no mínimo, respeitar todos os seres debaixo deste único Templo Cósmico. Reprisando e pisando na mesma tecla: da fonte una brota tudo e esse tudo é o amor... É preciso aprofundarmos esse pequeno texto que chamo de ESSA COISA.
3ª PRETOS: UMA CONVERSA SOBRE — Quem vive do passado é museu. Até mesmo uma tragédia como esta do George Floy, não vai mudar a arrogância branca sobre a negritude. Uma simples cor da pele: pode? Se um E.T de super consciência vivesse entre nós não entenderia jamais essas questiúnculas. Grande mérito tem o branco que abriu seus olhos sobre a ótica do preconceito e abriu seu coração, e quando toma as dores dos pretos abre a boca no mundo.
4ª TEOLOGIA DAS ESPÉCIES — Seria bom praticarmos uma espécie de teologia do coração e excluir a adoração porque Deus não precisa disso. Sobretudo não advém de uma espécie de filosofia espiritual. A razão é fria (não entro nessa fria). Filosofia Espiritual é essa teologia tradicional. Volto à palavra “espécie”: teologia do coração é uma espécie de reverência por todas as espécies. É o que me move, minha força e também minha doçura. Neste instante escuto o “curicac” das curicacas. Se hoje eu fosse surdo, ao vê-las voar, ouviria essas aves magníficas da minha infância. Escrevo a partir dessas praxes, ao bel prazer, reverência e loucura de ser todos os seres do meu entorno. Inclusive os seres humanos. Inclusive as curicacas. Doce teologia essa, embora sofra eu as suas consequências. Novamente me socorre e me ocorre a palavra ESPÉCIE: é uma espécie de padecer no paraíso.
5ª ESPINHOS SÃO REMÉDIOS — Conhece você pessoa que me ler, o tal ouriço que solta espinhos? — pois saiba que sou esse tal! Responda você para mim Cecília Meireles: “eu te deixo aroma até nos meus espinhos”. Simbólica é a espinheira santa: suas folhas espinhentas são um santo remédio! Também me valho do “Che”: “é preciso endurecer-se, mas sem jamais perder a ternura”. Aproveito esse comunista para uma ironia. Os mais velhos lembram os “anos de chumbo” enquanto os estudantes falavam em “anus de ferro”, isto é, CDF. Refiro-me aos bolsonaristas radicais: é preciso ter CDF para aguentar que o STF é comunista.
6ª MAIS DUAS IRONIAS (AGORA SOBRE MEDITAÇÃO) — A primeira é de Krishanamurti que me inspirou e me levou à outra: três amigos abandonaram o mundo e foram para o resto de suas vidas meditar no Himalaia dos Monges que se recusam até a falar. Mas após dez anos, um deles não aguentou e falou: acho que hoje vai chover. Mais dez anos e um outro respondeu: hoje não vai chover. Mais dez anos se passaram e os dois foram repreendidos pelo terceiro monge: por favor irmãos parem de tagarelar, vocês estão atrapalhando minha meditação! Aqui no ocidente quem medita é só os que gostam de futebol. Explico: quando o jogo é pela Tv, milhões meditam. É quando vez ou outra morre alguém e o juiz apita para que façam um minuto de silêncio antes do jogo começar.
7ª VIRADA HISTÓRICA — Por último e ainda um pouco de futebol. Por sinal “ainda” é uma palavra linda. Ainda estou na lama, mas daqui há 532 anos é possível que eu seja um Dalai Lama. Impossível? — Não. “Tudo é possível àquele que crê” (Marcos 9:23). É incrível que é possível tornar o impossível possível. Então, é impossível existir o impossível. Para nós amantes da natureza dou um exemplo: no primeiro tempo deste jogo está 9X0 para os exploradores do planeta, da vida, dos animais, da Amazônia e tudo mais. Lembro a você que tem mais os outros 45 minutos do segundo tempo. Vamos virar esse jogo?
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sábado, 6 de junho de 2020


ATÉ A EXAUSTÃO
(Zetti Nunes)

Até quando baterei na mesma tecla para que entendam meu samba de uma nota só?
Progresso significa cada vez mais conexão no sentido global e profundo e não só na tecnologia. Do mínimo de harmonia na calçada fria até se chegar ao alto da sacada.
Mesmo que seja daqui a 532 anos a grande sacada é esta: somos 1! Só esta nota só, efetivará o reino de Deus neste chão ou no mínimo estaremos na antessala.
Há coerência no outro lado: por que tanto inferno neste aqui agora? — o sentimento de separação gera o desamor não é?
Mudo a frase de Dante Alighieri sobre o tal inferno: deixai toda esperança de paz e amor, vós que acreditais na apartheid!
Na mesma tecla e até a exaustão: é do menos para o mais que se cresce; essa ai doeu para o “nós”. Há sempre um cão perdido em alguma parte, é o sentimento do NÓS o que inclui a totalidade.
Não se cresce como rabo de cavalo, dizia o gaúcho Júlio Nunes, meu pai.
Coloquemos mais um “u” nesse Nunes: nu unes isto é, se estamos nus no sentido profundo sem vestimentas, sem nos enrolarmos em qualquer bandeira, então não haverá discussões ou atritos. Sete pessoas ou sete bilhões nos uniremos de fato porque não temos conceitos e desse fato nascerá algo de bonito, porque é da unidade que nasce o amor, porém da unidade da mesma fonte ainda não turvada pelo sistema. Teremos então o direito de dizer que nos amamos de fato e não aquilo que dizem: vamos nos amar. Quem diz isso sem os pré-requisitos de que falei, não sabe o que diz. O amor que vem da fonte sem mácula transcende a gentileza. Bom é ser gentil, mas em 99% temos 99 armas engatilhadas. Ora! Isso é esconder a sujeira da separação obvia que temos entre nós e varrê-la para debaixo do tapete.
Nus e limpos? — naturalmente, na medida em que nos descondicionarmos. Nem mesmo uma criancinha é totalmente inocente porque o ego nasce quando ela chora e aprende em seguida que ganhará o leite.
É urgente essa ânsia de entrarmos em comunhão. Antes, porém, urge a ânsia de vômito: vomitar nosso eu, desensinarmo-nos e escutar o agora não é teoria, ele está neste instante entre nós e não está nos enésimos segundos que jazem. O mérito do aqui agora é escutar este supra real enésimo.
Que me desculpem os sisudos: a flor desabrocha e em seguida, brocha.
Oh sim! — as flores são belas e perfumam, mas o seu mérito não é serem belas e perfumosas.
O que lhes é meritório é não saberem que são belas e perfumosas.

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terça-feira, 26 de maio de 2020


ILUSÃO E REALIDADE
(Zetti Nunes)

Os números também nos ensinam. A conta é simples: a pluralidade numérica é a extensão da unidade. Por analogia o número infinito de partículas infinitesimais existentes é apenas o desdobramento do número 1.
Um: que coisa é essa tão primeira e tão primordial? Deixemos a pergunta no ar. Do primordial jorra tudo o mais e conforme nosso nível de consciência.
É ilusão partir dos detalhes e analisá-los: distorcemos a nosso bel prazer e de uma simples mensagem “não matarás”, proliferam prolixidades. É do geral que se intui o particular. No entanto se estamos abarrotados de teorias, fica difícil ter insights.
No mesmo assunto: a Doutrina Secreta é um resumo dos ensinos do oriente. Há mais de mil anos antes do somos 1 de Jesus, os Veddas receberam esta mensagem: a maior ilusão é a separatividade. Não captaram ou não quiseram captar essa mensagem e a Doutrina Secreta (duas ou três vezes maior que a Bíblia), são detalhes para se desculpar. Ora bolas! Somos todos da mesma gema e por tanto devíamos cuidar que ninguém gema; simbiose isto é, todo mundo se ajudando; ou somos irmãos e da mesma cepa, da mesma família de toda a criação; harmonia e tal + tal. Esse não há separação dos Veddas é o mesmo “um só rebanho e um só pastor de Jesus”. Penso até que essa não é uma mensagem qualquer, é a maior mensagem.
É fantasia pensarmos que somos uma ilha da fantasia.
O real é que somos um oceano (pacífico).
Ilusão é pensarmos que existe um centro e como consequência uma periferia.
A uma real possibilidade de nos transmutarmos e nos diluirmos no diverso, no bio diverso, no múltiplo, no plural e por fim, no mistério UNO.
Ilusão é pensarmos que as ideologias políticas e religiosas irão mudar o mundo. É aí que o burro empaca e a porca torce o rabo.
A leveza não briga com o burro nem o obriga.
Um fio de teia de aranha de compaixão pode arrastar um trem.
Fantasia é pensarmos que Deus age sozinho e dessa forma intervém no mundo.
Sim, estamos nos seus braços!
Na realidade, porém somos os próprios braços de Deus no mundo.
Ilusão é pensarmos num Deus que só nos acena do passado.
É preciso aceitar a realidade de “um dia de cada vez”.
A Mestra ou o Mestre Universal está neste momento aí com você e aqui comigo neste instante.
Ilusão é o engessado, o freio de mão puxado, a cintura dura do futebol, enfim a ideia de que tudo já está bem feito por Deus e acabado. A beleza real é estarmos indo evolu-indo e também, progre(d)-indo. Portanto nada está acabado.
A beleza real é mãos à obra (mãos de artista), para o conserto do concerto da Sinfonia Inacabada.
Fantasia é fracionar a vida em vidas, hierarquizar, rotular e de tal maneira que o ser mais forte domine.
O que chamamos de vidas na realidade são manifestações da vida e um pouco do mistério do Imanifesto.
Defender minha espécie, minha família, minha minha, meu meu meu: as ilusões enganam.
A realidade está na Grande Família Universal, não existe outra. Nos pequenos grupos somos apenas estagiários para aprender a viver na grande família terráquea. Grande? — ponha grande nisso!
Fantasioso é tagarelar a Deus e não ouvi-lo.
A real espiritualidade está inversamente proporcional à tagarelice. É como fechar os ouvidos aos ruídos de mim e do meu e escutar os sussurros da IMPESSOALIDADE por aí difusa; é como fechar os olhos para ver, isto é, ver com o coração. Orar um poucochinho é válido, mas muito, muito mais agradecer. (Será que me fiz entender um poucochinho?).
Na Índia dizem há milênios que a maior ilusão é pensarmos que há separação. Da separação surgem as panelas e até literalmente os panelaços políticos. E há os que me rech-arçam em panelas de aço!
A suprema realidade se expressa numa palavra curta e outra comprida: um e inseparatividade. A suprema bem aventurança é nós, humanos, comungarmo-nos mutuamente; sem precondições abrirmos os braços para abraçar todas as criaturas; incondicionalmente, repito, pegar no colo tanto os filhotes de animais sem as suas mamães como as criancinhas famintas da África.

Longa vida e paz a todos os seres.

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sábado, 16 de maio de 2020


CIDINHA DO CABELO PICHAIN
(Zetti Nunes)

Vejo uma conexão do 13 de maio na Cova da Iria da Mãe Maria, aparecida em Fátima (Portugal) e o 13 de maio daqui e da Consciência Negra de 20 de novembro e ainda 12 de outubro da negra Mãe Maria, aparecida no Rio Paraíba do Sul (SP).
Pelo tempo que ficou nas águas do rio, a imagem escureceu;
Pelo tempo que durou a escravidão, a Mãe de Deus enegreceu.
Escravocratas são quase sempre masculinos e vem então a Cidinha, essa neguinha, minha madrinha, com sua imagem e dá a sua mensagem:
Sou a negritude,
A Dama África explorada,
A empregada doméstica usada e abusada.
Sou tanto o chocolate escuro como o branco, quero dizer, sou a doce Mãe; sou o 13 de maio negro daqui e o 13 de maio branco de Fátima.
Na Basílica de Aparecida tem uma sala com objetos das curas, como por exemplo, muletas. As muletas dos nossos preconceitos não dão para deixar lá. Sugiro transformá-las numa armação para asa delta.
Bonita música André Abujamra: neguinha neguinha, branquinha branquinha! Bonita música Almir Sater e Renato Teixeira: “sou caipira Pirapora nossa, Senhora de Aparecida”...”eu não sei rezar só queria te olhar te olhar te olhar”. Disse Almir Sater que a ideia inicial era acrescentar algo depois desse “te olhar”, mas deixou assim mesmo.
Atrevo-me então acrescentar:
Olhe, mas olhe bem, e se preciso chegue bem perto da Santa para ver que cor de pele Ela tem.
E se não sabes rezar, diga amém.

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quarta-feira, 6 de maio de 2020


O AMOR
(Zetti Nunes)

O texto a seguir é uma salada russa de mestres sem, todavia citá-los ao pé da letra. Desde Platão, Confúcio, Jesus, Krishnamurti, Pascal, Chopra e até quem não foi muito mestre.

Vamos lá:

1- colocar-se no lugar de um ser qualquer, é viver em paz com o nosso entorno.
2- a visão em 360° está acima de quem tem menos consciência, seja humano,  um rio ou um lagarto que se arrasta.
3- o amor não envelhece, é a juventude de sua própria velhice.
4- unidade e amor: cada um de nós é o inumerável e o inumerável se faz uno.
5- no jogo do amor, ambos ganham, aproveitando as diferenças nos aumentamos reciprocamente.
6- o cérebro tem limites, mas transcende a si mesmo quando houve o coração. É deixar o amor falar e a razão calar.
7- amor que é ação e beleza: salta da poltrona para dançar.
8- inimigos? — transforme-os em amigos. O amor não entende o que é o ódio e não precisa perdoar porque jamais se ofende. Ele não tem inimigos, mas se tivesse os amaria sem qualquer esforço.
9- o amor é ausência do personal. Quem o experimenta bebe da própria fonte da vida.
10- amar é ter um senso de pertencimento e cumplicidade com a vida difusa que está por aí no planeta.
11- amai o estrangeiro diz a Bíblia. Afinal também somos o mesmo na terra deles.
12- se eu amo os humanos, Deus e alguns vegetais e animais é coerente e lindo que ame a criação e a mim mesmo como consequência.
13- o “amai-vos uns aos outros” de Jesus é como uma mão lavar a outra; é simbiose: todo mundo se ajudando; a teia da vida é o rastro de Deus deixado nessa intrincada unidade e aparente separação.
14- morando numa república de estudantes, se todos cooperam, é fácil viver. A reciprocidade dá alegria e a república se torna uma família. E uma família que não é assim, cada um é uma república isolada. Então “amai-vos uns aos outros” começa nesses pequenos núcleos.
15- num casal o amor está na cozinha, na sala e na cama. Na cama, ou o amor é mútua exploração ou mútua doação.
16- vai e mata por amor à pátria! — isso é amor?
17- guardemos nossos sonhos no silêncio do coração para que este os sussurre ao amor.
18- pequenos atritos são contornados pela compreensão de que estamos em níveis diferentes de consciência. Quem tolera está acima das picuinhas.
19- “o amor tudo vence”, é a frase famosa do romano Virgílio. Mas vencer é atrito, não é? Às avessas o amor é o perfume de um óleo sagrado que se derrama em narinas receptivas.
20- o amor de dois é uma forma de amor universal e o amor universal, é a forma expandida do amor pessoal; o amor pessoal é como uma onda e o expandido é o próprio oceano.
21- aonde quer que você vá leve seu coração; aonde quer que você flor, leve seu perfume... De amor.

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domingo, 26 de abril de 2020


A ÁRVORE GENEALÓGICA DA VIDA
(Zetti Nunes)

Diz Kmurt que para bem retratar uma árvore seria preciso que a pintora contemplasse horas e horas — não é identificar-se — se enraizasse nela até que se torne a própria.
Na medida em que a pintora e a árvore se tornarem uma coisa só, teria ela o direito — digamos assim— de pintá-la.
Simpatia é uma atração ou aprovação; empatia é uma compreensão emocional como faz a psicóloga, qual seja, sem sofrer e sem aprovar ou desaprovar. Do mesmo jeito tomamos as dores de um ser, sem precisar sentir dor.
Voltemos a arvore. Se estendermos a pintura no seu entorno e sem nada excluir, estamos também no retrato e somos a paisagem que se estende até onde alcança nossa imaginação. Tudo se intromete e se introjeta na tela. O beija-flor está lá, mas a aranha caranguejeira também se exibe.
A contemplação e a reflexão caminham juntas até que o mundo seja nós e nós o mundo; até que tomemos as dores do mundo sem no entanto sofrermos. Não só: quão lindo é uma enfermeira tomar as dores dos enfermos com esse vírus.
Diz a Bíblia que “naquele” instante o casal se torna uma só carne. Aqui pra nós: é gemer sem sentir dor! É a empatia entre o mundo e eu; é a vida que move a compaixão entre o mundo e eu.
Feche comigo teus dois olhos e abra um terceiro. Dos rincões espaciais uma chuva dourada de estrelas te invadirá; é um Campo Largo a se perder de vista.
Dizem ali em Florianópolis: não é mais  “exxxtreito” o nosso peito; vixxte? — coisa mais bela nesse mundo não existe.
Voltemos à árvore. Desta vez a árvore genealógica de todos os nossos parceiros debaixo do céu.
A semente primeira gerou a primeira raiz; a raiz gerou um rebento; do rebento um caule; o caule um tronco pré-adolescente; esse pré o tronco em si; o tronco os galhos; dos galhos os ramos; dos ramos as folhas, flores e enfim os frutos. Por analogia os frutos são todas as manifestações dos seres e da vida, a semente, porém, é única, una, univérsica. E os parceiros da vida são ao mesmo tempo, semente e sementeira.
Há três ou quatro meses atrás, sonhei que estava no seminário onde estudei e o Reitor me disse quando voltei de férias: este ano o seu trabalho é espalhar a semente. Ele não disse qual, mas depois que acordei, entendi. Estendo essa mensagem a você cara e minha cara.
A paisagem dos campos gerais do mundo não cabe no retrato do quadro na parede, todavia se enquadra no coração que se infla e se expande na medida em que não tem medida.
Paz a todos os seres.

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quinta-feira, 16 de abril de 2020


UM RISQUINHO
(Zetti Nunes)

Acontecerá em 2073.
De repente não mais que de repente “...apareceu a margarida olê olê olá”!
Perdão me distraí.
De repente apareceu uma E.T que veio dos cafundós galácticos. Encontrou uma mulher, neta de uma Jaqueline qualquer e perguntou: como é seu nome? —  Jaqueline.
E.T: li os principais livros sagrados Barghta Gita, Alcorão, Bíblia e Doutrina Secreta. Então Jaqueline, já-que-li-né! — de qual desses quer me falar?
Jaq (neta): da Bíblia.
E.T: sim, estudei todo seu conteúdo. Sob tua ótica resuma um pouco esse livro...
Jaq: tem Samuel I e II, aliás, nome do meu bisavô, e Somos 1 que é uma trilogia do meu tetravô Zetti Nunes.
E.T: esses livros são apócrifos?
Jaq: não, perdão, fiz confusão. São livros sobre a unidade como lá em João 17,22: “...para que todos sejam um...” ou em João X “...haverá um só rebanho e um só pastor”.
E.T: não quero voltar para meu planeta com uma carga na memória. Só a tal Doutrina Secreta dos hindus é três vezes maior que a Bíblia. Penso que você podia me indicar algum texto do Novo Testamento.
Jaq: justamente o Evangelho escrito por João.
E.T: perfeito. Quando li João fiquei curioso com uma frase de Jesus, que dizia mais ou menos assim: “tenho muitas coisas a mais para revelar, mas vocês não suportariam agora” (Jo 16,12). Pergunto: por que Ele não revelou essas coisas?
Jaq: meu tetravô Zetti insiste nos seus livros que a unidade não é só com os humanos, portanto se incluirmos o respeito à criação como um todo, estaremos amando a Deus. Amiga ser veja bem: se há 2073 anos Jesus tivesse dito para respeitar um porco seria crucificado bem antes. Entendeu?
E.T: e no livro de João o que destaca?
Jaq: a palestra de Jesus na ceia da sua despedida, ali transparece a sua emoção. A unidade e o amor é a essência desse sermão.
E.T: é também a essência dos livros sagrados que li, bem como no meu planeta onde há mais clareza a esse respeito. Por esta razão a frase em João 17,22 serve para você e eu, o teu planeta e o meu, e o nosso universo.
Jaq: e nem precisa a frase inteira “somos 1” resume a unidade e o amor, não é? Ou talvez somente o I em algarismo romano.
E.T (rindo): não tenho vírus, queria te abraçar, mas impossível com esta roupa de astronauta. Este I é um risquinho.
Jaq: minha bisavó Letícia completou neste 2073, 100 anos ela vai rir do risquinho. Veja só amiga da distância: são milhões de letras na Bíblia e conseguimos resumir em duas: “u”+”m”, que é I, simples risquinho.

Namastê!
— saudou a E.T. E sua nave subiu tão veloz quer só se viu um risco.

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segunda-feira, 6 de abril de 2020


DO MENOS PARA O MAIS
(Zetti Nunes)

Só para brincar: nosso irmão Florêncio Norberto viveu alguns dias por nascer prematuro. Florêncio! – gostaria de adotar esse nome porque me apelidariam de flor. Na infância: vou brincar com flor; quando jovem: namoro o flor; quando veterano: fulana ele é cheiroso ou é só o nome?
Retornemos à estrada e de mãos dadas. Tudo o que vive, caminha para “o mais”. Quer admitamos quer não é um processo irreversível. Se assim não fosse, não tem como assim não ser!
Estreitando laços e alargando abraços; avançando do caótico para o simbiótico; cantando na chuva da cachoeira, cantante queda para o alto, quedança  e queda que dança; amar as pessoinhas é divino assim como os grandes olhos dos bovinos; nem que a vaca tussa porque a porca fuça e o boi muja, amo os grandes olhos da coruja.
Simples assim: amarás a Deus, amando a sua criação, com todo o teu coração, com toda a tua alma, com todas as tuas forças e com todo o teu entendimento. Vejam, são quatro palavras chave: coração, alma, forças, entendimento. Notem que aqui não estão incluídas estas quatro outras: com todo o teu cérebro, teu racional, tua mente e teu pensamento.
Trilhamos por íngios caminhos na direção da beleza, unidade e amor que são a mesma substância e o mesmo trecho do caminho. Tu caminhas, eu caminho num irreversível caminho.
Só para ilustrar: numa estrada que serpenteia a montanha uma delicada flor desabrocha. O passante quase passa despercebido não fosse o suave odor. Quão humilde e escondida florzinha, mas nem o rei Salomão se vestiu como ela.
O universo é curvo, comprovou Einstein. Será que se curva ele em reverência ao seu Criador ou por já ser um velhinho encurvado?
Tenho um outro palpite, há bilhões de anos o universo ensaia uma cortesia e agora esse colossal momento é chegado! Observou ele no nosso pequenino planeta e numa estreita estradinha uma flor. Mais que isso, uma discreta e envergonhada beleza. Mais, muito mais, não era tão somente uma beleza era a própria beleza em pessoa disfarçada naquela flor.
E o universo, ele próprio se curvou diante daquela florzinha.
Gratidão!

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quinta-feira, 26 de março de 2020


FAÇAMOS A RECONEXÃO
(Zetti Nunes)

A espécie humana se isolou das outras e se tornou artificial. Até o asfalto não nos deixa pisar no chão.
No aspecto econômico é um desastre ficar isolado; no sentido espiritual e psicológico muito pior. Aí está a vulnerabilidade de nós humanos que só olhamos para o próprio umbigo.
Tudo é passageiro nesse trem da vida (menos o maquinista!); todos os seres têm a mesma cara de outrem, ou trem, diz o mineiro, e nenhum ser é um trem qualquer.
Autentico e meritório é descobrirmos sozinhos que nós humanos, não estamos sozinhos. Somos multifacetados. Bem diz o ditado: “é a cara de um e o focinho de outro”. Ou de outrem que neste caso é o focinho do porco.
A unificação e reunificação desse trem da vida só nos é possível sozinhos, porque as ideologias e doutrinas são parciais, isto é, antropocêntricas e especistas por tanto suspeitas, por esse mesmo fato de não darem valor às outras espécies.
Descobrirmos sozinhos que não estamos sozinhos não é arrogância, pelo contrário, é despojamento. Deixar ao largo esse trem das ideias é não ser memorialista.
“No princípio era o Verbo...” (diz a Bíblia). No nosso caso o princípio é um zero, isto é, começar do nada. Somos então uma página em branco. Em seguida não é dizer como Renê Descartes: “penso, logo existo”. Não. É continuar sendo uma página vazia, branca, limpa.
Começar do zero é ficar assim, eternamente vazio, limpo, transparente, é retornarmos à inocência e ser o que éramos: uma criança inocente, tateando e sem apoio do passado. Viver no “agorinha” para não sermos mortos-vivos, ao invés, somos o “vivinho da silva” ou “o já e não o que jaz”.
Grande parte das pessoas nasce nesse mundo artificial das cidades e quando vão juntos para junto da natureza é para explorar ou usufruir dela, nunca para entrar em comunhão. Aí não são mais inocentes; em apartamentos, folheamos jornais e livros e esbanjamos conhecimento sobre a natureza sem vivermos com ela, porque estamos sempre fechados numa redoma de vidro.
Pessoas isoladas e a natureza desolada.
Deixaram de ser inocentes.
Só para ilustrar:
Uma conferencista ilustre estava fazendo algumas palestras sobre a nossa conexão milenar com a existência muito além da nossa espécie. Num desses dias justamente quando a palestrita entrou no salão e ia começar a falar, um passarinho sentou no peitoril de uma das janelas e começou a cantar a todo pulmão, e depois, voou. A conferencista apenas disse: se ouvistes bem esse mensageiro de asas ele resumiu de maneira tão bela o que eu ia dizer. Peço agora a todos ficarem em silêncio por alguns minutos absorvendo essa conexão. Passando-se dez minutos, disse: não tenho mais nada a acrescentar ao ilustre conferencista desta manhã. Dou por encerrada esta palestra.
Obrigada!

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segunda-feira, 16 de março de 2020


SEM QUERER QUERENDO
(Zetti Nunes)

Escrevo desde jovem em um caderno sem pauta e sem alinhamento, na brancura sem mácula do papel.
Sem verdades ou mentiras mentalizadas, no embalo e válvula de escape expressando o que mais tenho de bonito: alma limpa talvez imaculada.
Nada a querer, a não ser a inocência de formar uma quadrilha de meninos: meu irmão Ito, Gilmar, Eu mesmo e Jesuzinho que o Ito apelidou de Zinho.
Contava Zinho que certa vez entrou no templo para conversar com os Doutores da lei e se segurava para não rir das sisudas elucubrações daqueles teólogos. Para disfarçar disse: é só amar e brincar e saiu de lá rindo. E o Ito imitava a pose dos homens da lei e Zinho quase morria de rir, só não morria justamente porque ria.
E por falar em morrer nada quero “pós mortem” a não ser ficar encantado e abraçar as mulheres que amo, sem transmitir corona vírus. Imóvel como uma árvore milenar, abraçá-las “ab eternum”.
A quadrilha convidou para dançar quadrilha, quatro Marias: A Maria Madalena de parceria com Zinho e as três Marias do céu estrelado, parceiras de nós três.
E dançamos até o sol entrar na roda com sua Aurora que era a menina dos seus olhos.
O sol também menino de dez anos-luz, confidenciou-nos que não queria ser rei-sol, mas apenas desabrochar como flor naquela manhã e no amanhã de todas as manhãs.
Zinho se inspirou: nada mais quero, mas quero porque quero duas asas de quero-quero; quero ser feliz e não ter vergonha de ter nariz (e todos riram).
Tudo era dez para a quadrilha de cinco casais; uma só Aurora da vida e nota dez na escola da vida e dez anos a nossa melhor idade.
O famoso meninoZinho não queria a fama, porém, transmutar-se na viva e eterna chama do amor.
Finis coronat opus” (o fim coroa a obra)

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sexta-feira, 6 de março de 2020


OS FILHOS DA FRUTA QUE CAIU
(Zetti Nunes)

A fruta ou puta é a sociedade corrupta que nos pariu. Somos filhos da P. enquanto formos seus clientes, porém cientes seremos filhos da mãe consciência.
Ou a P. continua nos parindo, ou caímos fora do seu útero.
A P. sociedade nos tenta com todo tipo de delírios e ilusões, depois inventa profissionais para curarmos.
Tem sentido?
A propaganda nos entope de açúcar e gordura animal para depois entupir o hospital. Pessoinha: essa tua protuberância abdominal é do açúcar ou da gordura animal? Se for "cocô cola" menos mal ou cerveja, por que não matas um ser. Ser, veja bem! Por outro lado, quem come animal, não mata, mas assina a procuração para matar. Não é "la meme chose"?
No caso da natureza, desmataram e depois criaram os ambientalistas; a P. cria o caos dentro de nós para depois aparecer todo tipo de terapia; no meu caso particular, fico tão puto da vida com essa P. que estou com depressão e aí fabricam remédios, psiquiatras e terapias que tais, para tomar o meu dinheiro. Tem sentido?
Os filhos da P. dos laboratórios não querem a cura do câncer, querem dar remédios até pularmos para dentro do caixão; os frigoríficos dependem da matança, senão os seus donos não tomam seu uísque; os mais velhos fazem a guerra e depois mandam os jovens se matarem entre si. E os fabricantes de armas, se alegram e também tomam seu uísque.
É aquela história da torneira pingando: ao invés de consertarmos a torneira, eternamente ficamos a enxugar os pingos.
Tem sentido tudo isso?
Na minha infância, havia a profissão de ferreiro. Quando o ferro estava em brasa, seu Matias o entortava. Digo assim: já cansei minha beleza de malhar em ferro frio, mas vou repetir: o antropocentrismo é a ideologia da P.
O ser humano, Jesus ou Siddarta não estão acima da vida. E não só Siddarta pode dizer: "eu sou a vida": aquele formigueiro na grama que estou vendo agora e a própria grama tem o direito de dizer, "eu sou a vida".
Muitos têm no lado esquerdo do peito, uma pedra de gelo em forma de coração e gostam de enxugar gelo. É o caso dos "evan-gélidos"; outros sem consciência parecem amebas, com um ou dois cromossomos (cromos: somos um!). No entanto, ameba ou bicho que dá seda, são manifestações da vida e do Criador.
Paz a todos os seres.

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quarta-feira, 26 de fevereiro de 2020


A CAPA QUE BRINCA DE RODA
(Zetti Nunes)

          Foi absolutamente inconsciente essa mandala. Deixei à vontade o diagramador para colocar quantos “somos” ficasse melhor. Incluindo o de cima, meu amigo Osmarosman Aedo desenhou 7 somos; incluindo os dois “o” de cima são 14, dividido por 2 dá 7; a letra “u” somada com a do Nunes que está em baixo também dá 7. Será que não é meu ego que faz a rima com Zetti?
          Li na Enciclopédia Mirador que mandala nritya ou dança circular, significa a unidade da consciência individual com a consciência suprema.
          Pessoinhas queridas, quantas coincidências!
          De mãos dadas, os “somos” giram à esquerda e à direita como crianças brincando de roda: “...vamos dar a meia volta e volta e meia vamos dar”.
          Do inefável Uno que está no meio (o número 1), se derrama os outros que são a Substância Una dele mesmo.
          Bendigo esse momento e emocionado é que digo:
          Desejei ardentemente partilhar esta Unção que se derramou sobre mim. E por sinal tem mais este sinal: 
           Todos são um e
           Todos un...ção.
           Do sino e do cimo da Igreja agora se transmuta em um som que também é unção.
           Solene eco equânime!
           Em ato contínuo o sino entoa e ressoa um hino. Sem olhar a quem, é também, a mandala que badala: don, don, don, que dom! Belém, Belém, Belém, “eu quero a água desta fonte. De onde vem?”.
           Crianças se dependuram na corda do sino. No ensino aos adultos, elas brincam de pular corda: vamos acorde!!
            Aquele menino chorão queria brincar de roda, mas tinha vergonha de ser feliz e não pegava na mão das meninas, porque a senhora timidez não deixava. Hoje ele se perdoa porque é 1 humano.
               E nunca se esqueça de ser 1, mano!
               Roda que roda a menininha Márcia que roda a saia rodada hindu, é a nossa Guru. Roda que roda noite e dia o nome Márcia principia na palma de nossa mão.
               Roda moinho, roda pião, roda a Júlia no meu coração. E na outra encarnação será nora do Júlio Paizão. E o Felipe será minha sogra. Júlia me chama de “seu Zetti”. Oh sim! — na outra vida sempre serei “seu” e de mais ninguém, juro!
                Zetti queria ser monge no Tibete, mas agora nesta vida, preciso urgente de uma dona ou madona só para esfregar suas costas.
                Vai Zetti, bobalhão da internete, entre dentro desta roda diga um verso bem bonito, diga adeus e vá se embora.
                 — Não foi o menino foi o divino que entrou na roda e disse:
Dentro de mim tem um grito
Repercutindo loquaz
Fujo de todo conflito
Sou instrumento de paz. (trecho do meu primeiro livro)

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domingo, 16 de fevereiro de 2020


AGUDEZ X MACIEZ
(texto escrito logo após a tragédia de Suzano)


  Tem a suavidade dos minutos que antecedem o nascer do sol e que se emenda com o rabo da noite. Na varanda tem o vaso e a terra dentro que se emenda com a flor e o vento suave que balança a folhagem e espalha odor. Tem a graciosa Estrada da Graciosa que serpenteia e se emenda ao não menos gracioso Rio Nhundiaquara (PR).  Mais além, serpenteia o trem brincando de furar montanhas.
           E tem trens não muito zens, reverso que se emenda no perverso.
           Lá mesmo, o trem que serpenteia cortou ao meio a serpente cascavel e tem a cascavel que engole sapo e qualquer “trem” animal.
           Tem a onça dos humanos presa que se preza em rasgar presas com suas medonhas presas.
           Tem a briga de cães, outras lutas e outros trens.
           Contrastes!
           Na natureza é assim, sem escolha. Em nós é proporcional a expansão do entendimento. Se por dentro insuflamos e alimentamos o homem das cavernas iremos nos alimentar como eles e teremos um prazer mórbido de ver cenas de violência.        
           Contradiz nossa vocação de maciez.
           No geral e no nosso inconsciente escolhemos a agudez e a maciez juntos. Escolhemos não! — de forma subliminar foram nossos pais e a sociedade que escolheram por nós e aceitamos passivamente.
         Sobre isto ou aquilo não se devia engolir sapo antes de a si mesmo perguntar:
         — É bom para mim e para a humanidade?
         — É bom para a vida, a natureza e o planeta?
         Se assim é, também é bom para a unidade e a evolução universal e naturalmente para o Criador.
         Comprova Einstein que o universo é curvo... e os astros redondos.
          A suavidade, o zen, a maciez fazem sentido. Vez ou outra batemos de frente. Travessos, atravessamos como “reto de lagarto”. Mais interessante e surreal é este contraste: até os “retos” são redondos!
         Voltemos ao vaso de barro na varanda. Ele quebra!
Tudo é delicado: a flor, o vento e o odor. Imagine você e eu integrando essa paisagem. De repente acabou-se o que era doce: “eu vou te contar um caso eu quebrei o vaso e matei a flor (de: Daniel Barbosa - Geraldo Blota – Mirabeau)”.
         Só mais um contraste, refiro-me à tragédia de Suzano – SP. Se houvessem filmado toda a cena, muitas pessoas teriam prazer em ver na TV esse massacre e várias vezes, na proporção da sua maior ou menor morbidez.
Insanos que somos.
Suzano que amo, hosana!
Suzano é mansinho
Suzana é carinho
É doce balanço a caminho de amar.
Hosana Suzana!
Que dança e anda
Que anda na dança
Suzana com graça - lambança.
Não faça pra mim tanta onda
Meu barco em tuas ondas balança
Mergulho e me encharco
Me orgulho de ti
Suzano Suzana te amo.
Hosana!
Hosana!


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quinta-feira, 6 de fevereiro de 2020


LUZES FACILITADORAS
(Zetti Nunes)

Dois imersos na mesma frequência parece que rimam,
Porque a una essência atrai o diverso como um imã.
Mais que Salvador, Jesus foi um facilitador espiritual.
Facilitou o parto dos meus trigêmeos (livros) quando disse:
“Quem me vê, vê o Pai”, meus três livros dizem isso.
Até então desconhecia que a neguinha Cidinha Mãe de Jesus e minha, era parteira.
Com sua luz, dei a luz três luzes.
São elas além de trigêmeas, univitelinas.
Elas dizem somos 1, porém clamam em um deserto inóspito.
Próximo de Mangueirinha – Paraná onde nasci, tem um afluente do Rio Iguaçu
que se chama Rio Jordão.
Ali, minhas filhas foram batizadas e minha voz ecoou (no deserto):
“Este é meu filho muito amado. Ouçam-no!” (está no singular porque as três luzes são uma só).
500 anos antes do filho da Cidinha facilitou meus textos o grego Heráclito:
“É sábio... confessar que todas as coisas são uma”.
Muitos teólogos da época torciam o nariz para Francisco de Assis meu irmão facilitador.
Depois veio outro do qual só conheço uma frase, aliás, muito parecida com meus escritos.
Se os católicos quiserem ser tolerantes comigo ,melhor, senão vou dizer do mesmo jeito:
Malditos dogmas que levaram pra fogueira Giordano Bruno que  foi no rumo do Pai-Mãe uno quando disse:
“Para entrar na unidade, é preciso que cada um seja os dois ao mesmo tempo”.
Deus-Mãe-Pai é isso.
Na verdade quem inventou os dogmas e a inquisição foi o masculino, e seu pesado racional, e não a igreja. E não o feminino. E não o amor.
Minhas queridas irmãs Celita e Dora vez ou outra seguem meus textos.
Foram facilitadoras dos meus leitores ao comentarem juntas
o meu livro 3.
Se juntas escreveram, então sem querer querendo disseram: SOMOS 1.
É uma singularidade terminar assim no singular:
Para meus leitores, ela foi fa...Celita-Dora.
Gratidão!

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domingo, 26 de janeiro de 2020


CONTO MÍNIMO - PRIVILÉGIO MÁXIMO
(Zetti Nunes)

Um dos dez captou a angústia da mãe. 
No parto anterior daquela porca ruiva, 
todos foram vendidos e assados. 
 – Mãe, por favor, não me tire daqui deste lar quentinho de você.
Filho, disse a mãe: – vocês tem que sair do meu ventre, aí é um lar provisório.
– Então que eu nasça sem vida, quero escapulir da festa do natal.
Sairei de fininho
Antes de entrar na vida;
Antes do parto, parto eu em retirada.
Filho, grunhiu a mãe: – sofro mais do que no parto,
quando apartam vocês de mim,
porque sei que serão assados.
Nessa hora eu também não queria ter nascido.
Seria um dom divino, não ter nascido suíno.
Filhinho, queria te ajudar, mas
O dom da “não vida”, não posso te dar.
– Mãe, então vou rezar à Divina Mãe.
Juntou as mãos (patas dianteiras) e disse:
Mãe Vida, me recolha de volta ao teu ventre e me salve de nascer!
Rogo-te o privilégio de me safar de nascer, 
pelo menos até o dia em que, livre, a mãe natureza cuide de mim.
Pelo menos até o dia em que possa mamar, fuçar no brejo, 
grunhir feliz e morrer somente quando a hora chegar.
De cascos unidos e postos em oração te peço mãe: 
– postergue meu nascimento.
Ó Grande Mãe do Universo,
Pela última vez te imploro:
concede-me essa dádiva
– o privilégio máximo de não nascer.
Após alguns dias, o patrão do chiqueirão telefonou ao empregado:
- Da porca ruiva, quantos leitões nasceram para a festa do natal?
-Nasceram dez, mas um deles... 
o patrão interrompeu. – Dez é conta certa: dou um para 
a igreja como dízimo, os outros nove
 venda aos vizinhos para a ceia natalina.
– Mas patrão não são dez, um deles estava imóvel 
e com as patinhas dianteiras grudadas entre si.
  Era como se estivesse rezando.
– Nasceu morto, é?
– É sim senhor!

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quinta-feira, 16 de janeiro de 2020


TORRE DE VIGIA
V
(Zetti Nunes)

Dito:
“do boi morto se aproveita tudo,
Só não se aproveita o berro”.
O último gemido do boi
É um pedido de misericórdia.
Milhões de gemidos a cada segundo
Ecoando pelo mundo.
Escute o berro, por favor, escute!
O pior surdo é aquele que não quer ouvir.
Se você ouvir a frase inicial muda totalmente:
Do boi morto
A única coisa que se aproveita
É o berro.

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segunda-feira, 6 de janeiro de 2020


ASAS DA LIBERDADE
(Zetti Nunes)

 De mãos dadas é o que nos leva a caminhar em beleza e quase flutuar, namorando e “ficando” com mil e uma criaturas.
     Imantados, rosário e mantra emendados e em corolário como roda e cantiga de roda sem começo nem final.
    A existência age através da vida individual. Somos baixo ou bateria ou baixaria ou instrumento de paz. Você decide.
   Ao ser cálice da unidade se derramando estaremos amando. A mando da grande unidade é que verdadeiramente amamos.
    Baixo ou rasteiro ou um valor mais alto se alevanta! Andar rasteiro ou com asas de águia?
    Decida: subida ou descida?
    Descida pô!?

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