sexta-feira, 26 de julho de 2019


Todo dia 7 17 e 27 vejam na nete o blablablá do Zetti

OBS: esse texto será declamado amanhã no lançamento da antologia Parnaso Poético III, no teatro Londrina (Memorial de Curitiba) localizado no Largo da Ordem em Curutiba. Entrada franca. Da 15 às 19;30.

O JANTAR DE GALA
(Zetti Nunes)

A nobre anfitriã
Convida os convivas com vida:
Comensais venham, eu sou a vida.
Sou vocês e vocês a minha expressão.
Sou o espelho do Criador,
Dignitário e comissário do amor.
Comensais a mesa está posta
No verde jardim.
Sejam dignos de ser
A manifesta festa de mim.
Sou a Ceia, vocês os participes.
É a mesma proposta
Eu sou você na mesa oposta, posta.
E você, sou eu.
Não cuspa no prato que comeu.
Mãos postas é sinal de gratidão.
Demo-nos as mãos!
Sou a comida
Do coração as batidas
O dom da vida.
Dama, Notre Dame
Que se derrame a graça de te amar
Na taça deste jantar de gala.
Nesta sala vip
A vida é sempre elite
E comensal tudo igual.
Sou a vida por aí difusa
E na mesa a musa.
Convidado que és
Jante neste verdejante
Palacete Terra.
Vinde humanos e batráquios!
Demos um brinde aos terráqueos!
Embora diversos e dispersos
A anfitriã do planeta verde-tapete
Nos convida para o banquete...
Da vida.


terça-feira, 16 de julho de 2019

Todo dia 7 17 e 27 vejam na net o blablablá do Zetti.

UM DEDO DE PROZA
(Zetti Nunes)

“Tempus fugit” como a areia entre os dedos e um mistério se esconde e dorme no pólen – semente – sêmen.
Aqui em Caiobá (PR) ou no mar de estrelas acolá, é um milagre de multiplicação. Incontável como os grãos de areia é a vida.
É um tal de esconde-esconde! – No mar o sol e o sal se escondem.
E onde anda nosso Mestre Universal? Onde, onde? Anda ele em ondas? Onde estás que não respondes?
Diz o Chico de Assis que o X da questão é dar um bico num pico ainda silvestre que lá está o Mestre.
De giz entre os dedos o Mestre escreve direito por linhas tortas: 1001=1. Somos todos um, palavra lavrada e lida no quadro negro da vida.
Vejamos Deus no alto do rochedo, pois é para lá que aponto o meu dedo; nesse mesmo gesto, o dedo “mata piolho” diz – não mate! – porque aponta para o nosso coração.
Só para lembrar: fazemos parte e somos um com a Natureza. A beleza desfila nos desfiladeiros da Serra dos Órgãos. É como vender montes de montes na feira da Serra da Mantiqueira.
Comprei uma montanha, a mais vaidosa. Na Teresópolis (RJ) montanhosa um pico exibe Deus, bem assim ao natural, ao vivo e a cores!
Brinco, porém, não minto:
Lá no alto do espigão dá pra ver Deus, quero dizer, um dedinho seu.


É o Pico Dedo de Deus.

sábado, 6 de julho de 2019

Todo dia 7 17 e 27 vejam na net o blablablá do Zetti

CRER OU NÃO CRER, EIS A QUESTÃO
(Zetti Nunes)

Crer não é nada?
E descrer é pior ainda?
Vou por outra estrada. Crer é experimentar, por um momento que seja, a outra dimensão; descrer é afirmar que não se prova nada no sentido da razão, porém, provar no sentido de degustar é essa estrada diferente.
Dois exemplos.
A um palmo do rosto daquela Maria, nossos olhares eram um só olhar e uma danada cumplicidade. No abraço que se seguiu, pude apenas dizer colado ao seu ouvido: - Meu Deus, que linda!
Aqueles quatro segundos foram o meu degustar.
A decepção é que a “prova do crime” é pessoal e intransferível!
Esse momento mais aquele da outra dimensão podem ser um, desde que sejamos limpos. Jogo limpo: falo da sensualidade que pode andar de mãos dadas com a criança que vive em nós. É a Maria da Terra e a do Céu. A do Céu se chama Diva, isto é, divina.
A abelha rainha fez sua casa no sótão da casa minha e quando olhei para cima, uma gota pingou em minha boca e me lambi feito criança.


Pedir “dai-me mel” não é preciso; se formos flor, as abelham fabricam. Quem degustou o favo inefável tem todo o direito de dizer que a doçura da Maria – Diva, é o regalo da vida.