sábado, 6 de junho de 2020


ATÉ A EXAUSTÃO
(Zetti Nunes)

Até quando baterei na mesma tecla para que entendam meu samba de uma nota só?
Progresso significa cada vez mais conexão no sentido global e profundo e não só na tecnologia. Do mínimo de harmonia na calçada fria até se chegar ao alto da sacada.
Mesmo que seja daqui a 532 anos a grande sacada é esta: somos 1! Só esta nota só, efetivará o reino de Deus neste chão ou no mínimo estaremos na antessala.
Há coerência no outro lado: por que tanto inferno neste aqui agora? — o sentimento de separação gera o desamor não é?
Mudo a frase de Dante Alighieri sobre o tal inferno: deixai toda esperança de paz e amor, vós que acreditais na apartheid!
Na mesma tecla e até a exaustão: é do menos para o mais que se cresce; essa ai doeu para o “nós”. Há sempre um cão perdido em alguma parte, é o sentimento do NÓS o que inclui a totalidade.
Não se cresce como rabo de cavalo, dizia o gaúcho Júlio Nunes, meu pai.
Coloquemos mais um “u” nesse Nunes: nu unes isto é, se estamos nus no sentido profundo sem vestimentas, sem nos enrolarmos em qualquer bandeira, então não haverá discussões ou atritos. Sete pessoas ou sete bilhões nos uniremos de fato porque não temos conceitos e desse fato nascerá algo de bonito, porque é da unidade que nasce o amor, porém da unidade da mesma fonte ainda não turvada pelo sistema. Teremos então o direito de dizer que nos amamos de fato e não aquilo que dizem: vamos nos amar. Quem diz isso sem os pré-requisitos de que falei, não sabe o que diz. O amor que vem da fonte sem mácula transcende a gentileza. Bom é ser gentil, mas em 99% temos 99 armas engatilhadas. Ora! Isso é esconder a sujeira da separação obvia que temos entre nós e varrê-la para debaixo do tapete.
Nus e limpos? — naturalmente, na medida em que nos descondicionarmos. Nem mesmo uma criancinha é totalmente inocente porque o ego nasce quando ela chora e aprende em seguida que ganhará o leite.
É urgente essa ânsia de entrarmos em comunhão. Antes, porém, urge a ânsia de vômito: vomitar nosso eu, desensinarmo-nos e escutar o agora não é teoria, ele está neste instante entre nós e não está nos enésimos segundos que jazem. O mérito do aqui agora é escutar este supra real enésimo.
Que me desculpem os sisudos: a flor desabrocha e em seguida, brocha.
Oh sim! — as flores são belas e perfumam, mas o seu mérito não é serem belas e perfumosas.
O que lhes é meritório é não saberem que são belas e perfumosas.

Todo dia 7 17 e 27 vejam na internet o blábláblá do Zetti.

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