ATÉ A EXAUSTÃO
(Zetti Nunes)
Até
quando baterei na mesma tecla para que entendam meu samba de uma nota só?
Progresso
significa cada vez mais conexão no sentido global e profundo e não só na
tecnologia. Do mínimo de harmonia na calçada fria até se chegar ao alto da
sacada.
Mesmo
que seja daqui a 532 anos a grande sacada é esta: somos 1! Só esta nota só,
efetivará o reino de Deus neste chão ou no mínimo estaremos na antessala.
Há
coerência no outro lado: por que tanto inferno neste aqui agora? — o sentimento
de separação gera o desamor não é?
Mudo
a frase de Dante Alighieri sobre o tal inferno: deixai toda esperança de paz e
amor, vós que acreditais na apartheid!
Na
mesma tecla e até a exaustão: é do menos para o mais que se cresce; essa ai
doeu para o “nós”. Há sempre um cão perdido em alguma parte, é o sentimento do
NÓS o que inclui a totalidade.
Não
se cresce como rabo de cavalo, dizia o gaúcho Júlio Nunes, meu pai.
Coloquemos
mais um “u” nesse Nunes: nu unes isto é, se estamos nus no sentido profundo sem
vestimentas, sem nos enrolarmos em qualquer bandeira, então não haverá
discussões ou atritos. Sete pessoas ou sete bilhões nos uniremos de fato porque
não temos conceitos e desse fato nascerá algo de bonito, porque é da unidade
que nasce o amor, porém da unidade da mesma fonte ainda não turvada pelo
sistema. Teremos então o direito de dizer que nos amamos de fato e não aquilo
que dizem: vamos nos amar. Quem diz isso sem os pré-requisitos de que falei,
não sabe o que diz. O amor que vem da fonte sem mácula transcende a gentileza.
Bom é ser gentil, mas em 99% temos 99 armas engatilhadas. Ora! Isso é esconder
a sujeira da separação obvia que temos entre nós e varrê-la para debaixo do
tapete.
Nus
e limpos? — naturalmente, na medida em que nos descondicionarmos. Nem mesmo uma
criancinha é totalmente inocente porque o ego nasce quando ela chora e aprende
em seguida que ganhará o leite.
É
urgente essa ânsia de entrarmos em comunhão. Antes, porém, urge a ânsia de
vômito: vomitar nosso eu, desensinarmo-nos e escutar o agora não é teoria, ele
está neste instante entre nós e não está nos enésimos segundos que jazem. O
mérito do aqui agora é escutar este supra real enésimo.
Que
me desculpem os sisudos: a flor desabrocha e em seguida, brocha.
Oh
sim! — as flores são belas e perfumam, mas o seu mérito não é serem belas e
perfumosas.
O
que lhes é meritório é não saberem que são belas e perfumosas.
Todo
dia 7 17 e 27 vejam na internet o blábláblá do Zetti.
Nenhum comentário:
Postar um comentário