terça-feira, 26 de maio de 2020


ILUSÃO E REALIDADE
(Zetti Nunes)

Os números também nos ensinam. A conta é simples: a pluralidade numérica é a extensão da unidade. Por analogia o número infinito de partículas infinitesimais existentes é apenas o desdobramento do número 1.
Um: que coisa é essa tão primeira e tão primordial? Deixemos a pergunta no ar. Do primordial jorra tudo o mais e conforme nosso nível de consciência.
É ilusão partir dos detalhes e analisá-los: distorcemos a nosso bel prazer e de uma simples mensagem “não matarás”, proliferam prolixidades. É do geral que se intui o particular. No entanto se estamos abarrotados de teorias, fica difícil ter insights.
No mesmo assunto: a Doutrina Secreta é um resumo dos ensinos do oriente. Há mais de mil anos antes do somos 1 de Jesus, os Veddas receberam esta mensagem: a maior ilusão é a separatividade. Não captaram ou não quiseram captar essa mensagem e a Doutrina Secreta (duas ou três vezes maior que a Bíblia), são detalhes para se desculpar. Ora bolas! Somos todos da mesma gema e por tanto devíamos cuidar que ninguém gema; simbiose isto é, todo mundo se ajudando; ou somos irmãos e da mesma cepa, da mesma família de toda a criação; harmonia e tal + tal. Esse não há separação dos Veddas é o mesmo “um só rebanho e um só pastor de Jesus”. Penso até que essa não é uma mensagem qualquer, é a maior mensagem.
É fantasia pensarmos que somos uma ilha da fantasia.
O real é que somos um oceano (pacífico).
Ilusão é pensarmos que existe um centro e como consequência uma periferia.
A uma real possibilidade de nos transmutarmos e nos diluirmos no diverso, no bio diverso, no múltiplo, no plural e por fim, no mistério UNO.
Ilusão é pensarmos que as ideologias políticas e religiosas irão mudar o mundo. É aí que o burro empaca e a porca torce o rabo.
A leveza não briga com o burro nem o obriga.
Um fio de teia de aranha de compaixão pode arrastar um trem.
Fantasia é pensarmos que Deus age sozinho e dessa forma intervém no mundo.
Sim, estamos nos seus braços!
Na realidade, porém somos os próprios braços de Deus no mundo.
Ilusão é pensarmos num Deus que só nos acena do passado.
É preciso aceitar a realidade de “um dia de cada vez”.
A Mestra ou o Mestre Universal está neste momento aí com você e aqui comigo neste instante.
Ilusão é o engessado, o freio de mão puxado, a cintura dura do futebol, enfim a ideia de que tudo já está bem feito por Deus e acabado. A beleza real é estarmos indo evolu-indo e também, progre(d)-indo. Portanto nada está acabado.
A beleza real é mãos à obra (mãos de artista), para o conserto do concerto da Sinfonia Inacabada.
Fantasia é fracionar a vida em vidas, hierarquizar, rotular e de tal maneira que o ser mais forte domine.
O que chamamos de vidas na realidade são manifestações da vida e um pouco do mistério do Imanifesto.
Defender minha espécie, minha família, minha minha, meu meu meu: as ilusões enganam.
A realidade está na Grande Família Universal, não existe outra. Nos pequenos grupos somos apenas estagiários para aprender a viver na grande família terráquea. Grande? — ponha grande nisso!
Fantasioso é tagarelar a Deus e não ouvi-lo.
A real espiritualidade está inversamente proporcional à tagarelice. É como fechar os ouvidos aos ruídos de mim e do meu e escutar os sussurros da IMPESSOALIDADE por aí difusa; é como fechar os olhos para ver, isto é, ver com o coração. Orar um poucochinho é válido, mas muito, muito mais agradecer. (Será que me fiz entender um poucochinho?).
Na Índia dizem há milênios que a maior ilusão é pensarmos que há separação. Da separação surgem as panelas e até literalmente os panelaços políticos. E há os que me rech-arçam em panelas de aço!
A suprema realidade se expressa numa palavra curta e outra comprida: um e inseparatividade. A suprema bem aventurança é nós, humanos, comungarmo-nos mutuamente; sem precondições abrirmos os braços para abraçar todas as criaturas; incondicionalmente, repito, pegar no colo tanto os filhotes de animais sem as suas mamães como as criancinhas famintas da África.

Longa vida e paz a todos os seres.

Todo dia 7 17 e 27 vejam na Internet o blábláblá do Zetti


sábado, 16 de maio de 2020


CIDINHA DO CABELO PICHAIN
(Zetti Nunes)

Vejo uma conexão do 13 de maio na Cova da Iria da Mãe Maria, aparecida em Fátima (Portugal) e o 13 de maio daqui e da Consciência Negra de 20 de novembro e ainda 12 de outubro da negra Mãe Maria, aparecida no Rio Paraíba do Sul (SP).
Pelo tempo que ficou nas águas do rio, a imagem escureceu;
Pelo tempo que durou a escravidão, a Mãe de Deus enegreceu.
Escravocratas são quase sempre masculinos e vem então a Cidinha, essa neguinha, minha madrinha, com sua imagem e dá a sua mensagem:
Sou a negritude,
A Dama África explorada,
A empregada doméstica usada e abusada.
Sou tanto o chocolate escuro como o branco, quero dizer, sou a doce Mãe; sou o 13 de maio negro daqui e o 13 de maio branco de Fátima.
Na Basílica de Aparecida tem uma sala com objetos das curas, como por exemplo, muletas. As muletas dos nossos preconceitos não dão para deixar lá. Sugiro transformá-las numa armação para asa delta.
Bonita música André Abujamra: neguinha neguinha, branquinha branquinha! Bonita música Almir Sater e Renato Teixeira: “sou caipira Pirapora nossa, Senhora de Aparecida”...”eu não sei rezar só queria te olhar te olhar te olhar”. Disse Almir Sater que a ideia inicial era acrescentar algo depois desse “te olhar”, mas deixou assim mesmo.
Atrevo-me então acrescentar:
Olhe, mas olhe bem, e se preciso chegue bem perto da Santa para ver que cor de pele Ela tem.
E se não sabes rezar, diga amém.

Todo dia 7 17 e 27 vejam na internete o blábláblá do Zetti.

quarta-feira, 6 de maio de 2020


O AMOR
(Zetti Nunes)

O texto a seguir é uma salada russa de mestres sem, todavia citá-los ao pé da letra. Desde Platão, Confúcio, Jesus, Krishnamurti, Pascal, Chopra e até quem não foi muito mestre.

Vamos lá:

1- colocar-se no lugar de um ser qualquer, é viver em paz com o nosso entorno.
2- a visão em 360° está acima de quem tem menos consciência, seja humano,  um rio ou um lagarto que se arrasta.
3- o amor não envelhece, é a juventude de sua própria velhice.
4- unidade e amor: cada um de nós é o inumerável e o inumerável se faz uno.
5- no jogo do amor, ambos ganham, aproveitando as diferenças nos aumentamos reciprocamente.
6- o cérebro tem limites, mas transcende a si mesmo quando houve o coração. É deixar o amor falar e a razão calar.
7- amor que é ação e beleza: salta da poltrona para dançar.
8- inimigos? — transforme-os em amigos. O amor não entende o que é o ódio e não precisa perdoar porque jamais se ofende. Ele não tem inimigos, mas se tivesse os amaria sem qualquer esforço.
9- o amor é ausência do personal. Quem o experimenta bebe da própria fonte da vida.
10- amar é ter um senso de pertencimento e cumplicidade com a vida difusa que está por aí no planeta.
11- amai o estrangeiro diz a Bíblia. Afinal também somos o mesmo na terra deles.
12- se eu amo os humanos, Deus e alguns vegetais e animais é coerente e lindo que ame a criação e a mim mesmo como consequência.
13- o “amai-vos uns aos outros” de Jesus é como uma mão lavar a outra; é simbiose: todo mundo se ajudando; a teia da vida é o rastro de Deus deixado nessa intrincada unidade e aparente separação.
14- morando numa república de estudantes, se todos cooperam, é fácil viver. A reciprocidade dá alegria e a república se torna uma família. E uma família que não é assim, cada um é uma república isolada. Então “amai-vos uns aos outros” começa nesses pequenos núcleos.
15- num casal o amor está na cozinha, na sala e na cama. Na cama, ou o amor é mútua exploração ou mútua doação.
16- vai e mata por amor à pátria! — isso é amor?
17- guardemos nossos sonhos no silêncio do coração para que este os sussurre ao amor.
18- pequenos atritos são contornados pela compreensão de que estamos em níveis diferentes de consciência. Quem tolera está acima das picuinhas.
19- “o amor tudo vence”, é a frase famosa do romano Virgílio. Mas vencer é atrito, não é? Às avessas o amor é o perfume de um óleo sagrado que se derrama em narinas receptivas.
20- o amor de dois é uma forma de amor universal e o amor universal, é a forma expandida do amor pessoal; o amor pessoal é como uma onda e o expandido é o próprio oceano.
21- aonde quer que você vá leve seu coração; aonde quer que você flor, leve seu perfume... De amor.

Todo dia 7 17 e 27 vejam na internet o blábláblá do Zetti