sábado, 26 de janeiro de 2019

Todo dia 7, 17 e 27 vejam na nete o blábláblá do Zetti

DÊ SALTO ALTO
(não de salto alto)

Nasce seu rebento e ela exclama: — sou mãe! Depois ou concomitante, olha para o pedaço-rebento e sorri: sou mais que mãe; liberto-me do “eu sou” da mesma forma que Deus depois de pro-criar.
“Sou” não está em comunhão porque não sou uma ilha.
Para a mãe é fácil ver que também é plural. O desafio é este: o mosquito é o meu pedaço? Uns vão além do filho-pedaço e até além da sua espécie, outros são tartarugas para intuir que são um pedaço da própria tartaruga.
Há milhões de anos no espaço, duas rochas se arrebentaram em bilhões de rebentos, partículas ou pó (que seja!). Com o passar das eras um deles exclama: pô! Sou o pó! Depois, muito depois: somos um pó só de uma estrela. Para São Francisco, somos irmãos do pó-cisco.
Já farejou a mosca varejeira, teu e meu pedaço que se esfarelou no espaço?
Na teia de aranha ou ema, não se emaranha quem é irmã da ema e da aranha.
Do Pacífico para o Atlântico dê um pulo de gato quântico para ver que somos pó da farinha desse mesmo gato.
Gatinha, não é somente a sua gata que faz parte de sua família. Somente insetos, quantos há? A família é grande!
A vida nos confunde e Chacrinha já dizia: “eu não vim para esclarecer, vim para confundir”.
Diabos! Por que é assim?
— é para termos o mérito de descobrirmos sozinhos que não estamos sozinhos.
Já na teia da vida, tateio e da aparência de caos, percebo elos que fazem cada vez mais ordenamentos.
Tontos de tanto o atacante nos dá dribles, nasce “o óbvio olulante” de Nelson Rodrigues.
Para além do Chacrinha ou das chacretes diz o Zetti: vim para despertar. Acorde cara!
Uma sardinha e um Bispo, dois pedaços aparentemente diversos no universo, são duas pedras do mesmo penhasco. E o Bispo Sardinha que dos índios virou churrasco!
Dom Sardinha foi um dignitário da Igreja e a sardinha, irmã do São Francisco e minha, não é da vida dignitária?
Talvez a pena de morte seja válida para o mosquito da Dengue ou para quem criou a Friboi, mas não para o boi, a sardinha, o Bispo Sardinha, ou o sapo-boi.
Com este sapo, dê um salto-quântico do Pacífico para o Atlântico e olhe nos grandes olhos do também pacífico boi. Se por um raro acaso você acordou, acordes outros e cósmicas sinfonias irás ouvir.
Pessoinha irmã: juro que tenho juras de amor à barata, para mim muito cara, juro! Temos nós dois a mesma cara da vida.
Esconjuro quem mata barata. Ela quer amar seu “marido barato”, suspirar e dizer: é um grande barato viver!

Zetti Nunes

quarta-feira, 16 de janeiro de 2019

Todo dia 7, 17 e 27 vejam na nete o blábláblá do Zetti



AVISTEMOS O PERDER DE VISTA
Zetti Nunes

Trombo com uma manifestação de vida qualquer na estrada e entendo o que é meu próximo.
Amor não é “Cia. LTDA” embora seja companhia. O amor não tem limites e o próximo não tem distância.
Sozinha uma gota não chega no mar, qual seja a vastidão de si mesma.
É uma imagem emblemática que num passe de mágica, somos invadidos pela multidão dos terráqueos.
A evolução da vida, a expansão cósmica e da consciência se assemelha à flor que desabrocha; similar à beleza e o ao amor que são difusos.
A unidade é a fonte, o início, o ponto final, o baile de gala final, a junção das partes.
É a formidável experiência da gota com o mar...
Não sou uma parte, não somos partes, somos 1.
 A pluralidade é um. Um o que? — Um abraço!
E mais: danço com meu lindo par, olho-o eternamente de frente e digo: somos uma só carne. Isto é, a mesma substância que compõe a vida.
Segue o bailado e a música. Sou o baile, a música e o momento.
Entender ultrapassa a palavra. Faz-se necessário voar para além da razão e da espécie, em si mesma ensimesmada. Somos membros de um grupo maior. As pernas são nossos membros inferiores, mas não são inferiores aos braços. O que interessa é a totalidade e não a hierarquia que gera o totalitarismo; num só golpe apreendemos o multi e esvanece no ar o personal; o sonho do inefável uno é como um só coração que não cabe em si mesmo; num “Abre-te Sésamo”, atravesso o portal do tempo; num fleche de luz, vejo que meu ser é “o ser”; que minha substância é ”a substância”; que minha vida não é minha, é uma das manifestações “do misterioso”, o protótipo de algo maior.
Do Planalto Central do Brasil, uma gota se junta a outras e se perdem nas suas inumeráveis irmãs e pela mesma razão de se apoiarem mais dias ou menos dias se chamarão oceano; da Chapada dos Guimarães (GO) e do alto do rochedo, uma gota despenca no vazio porque é atraída para a sua própria imensidão atlântica; do Rio do Nunes (PR) (que também sou!) águas cristalinas, uma gota mergulha no mar do Porto de Antonina (PR), portal da sua definitiva imensidão; de um outro rio o Rio Sagrado (PR), uma gota se expande com outras no mar, seu definitivo sagrado.
Enquanto não entendemos a consubstanciação do existir, não entenderemos a abrangência do amor, ou seja, lá o que for a beleza de tudo amar.
Gota de mim, não mais exista!

Sou o mar que se perde de vista.

domingo, 6 de janeiro de 2019

Todo dia 7, 17 e 27 vejam na nete o blábláblá do Zeti

OS MAGROS REIS MAGOS
(Zetti)

Advento é espera do nascimento.
Mais vale o evento deste momento.
Aqui, agora e super-atentos!
Águas passadas do riozinho não move mais o moinho. Passou o vento e não move mais a hélice do cata-vento.
“Não matarás” é lei do passado. Meu coração diz agora que não devo matar.
Um pequeno atrito com o outro já é matar um pouco.
Dentro de nós há um templo. Somos ele e não o tempo.
Nos recônditos deste sacro lugar há um altar de um Deus vivo que fala agora para mim e através de mim. Esta hora é a hora “H”.
O nosso interior no conjunto corpo-espírito é aquela gruta de Belém em sintonia com a vida em geral. Mais oculta há uma manjedoura ou cocho para dar ração aos animais onde está o Deus criançinha que nasceu neste instante e repousa em nós e todos nós repousamos Nele se acaso formos crianças também.
Nesse cocho-berço não há carne ou sangue, mas feno macio ou forragem para forrar o recém chegado. E chegaram dia 6 os Magos Reis.
Fora da gruta uma vaca viva rumina em reflexão e um cedro do Líbano de 2018 anos ainda está lá, imóvel e em profunda meditação. E os Reis Magos também. Magros de tanto viajar, mas com grande energia, talvez porque eram vegetarianos da Índia.
Somos a gruta-templo, berço-cocho e neste agora é o natalício da vida. Somos templos sem suntuosidade, simples como é uma gruta.
O essencial é a postura de limpeza. De que adianta estender tapete persa no templo, se jogamos carcaças de animais por debaixo do mesmo?
Minha cara pessoinha é este o momento: nasce em você e em mim “o cara” com cara de Deus.
Nascimento é vida e não exploração e morte. Urge estarmos atentos! Agora e na hora da nossa morte amém? – não meu irmão! — agora e na hora de nossa refeição, amém!
Perdoe-me se insisto porque é muito estranho pratos com bicho morto e dar graças a Deus. Desnecessário este sacrifício. É incoerente o prazer de comer à custa de um inocente.
Faço um convite para ruminarmos esta reflexão: não explorarmos aos próprios ruminantes.
Afirmo agora e o menino em mim confirma: refeição consciente é uma linda celebração da vida. Aí sim, tem coerência orar:
Graças a Deus!