terça-feira, 26 de novembro de 2019


O NINHO
(Zetti Nunes)

Meu caro Carlos poeta Drummond:
Ao invés da pedra tinha um ninho
No meio do caminho
E em meio de muitos carinhos.
Por ínvios caminhos
Mãe é só beija-beija!
Esta de que falo
Só beija flores.
É um regalo ter no bico
O odor e a beleza.
Ágeis e incansáveis proezas aladas
A ruflar suas asas e rufar como tambores.
Beija-flor em lindas idas e vindas
Foi construindo seu ninho
Para depois botar dois feijõezinhos.
Pequenina caixa oval
Delicado escaninho que não se quebra
Com pedra no meu dos descaminhos.
A vida não está na casca
Disse-me o chá ayahuasca.
No entanto esse invólucro delicado
É um portal do sagrado.
Como um cão que fareja, veja:
O Cosmos é uma grandiosa ninhada de ovos.
Perceber a simbiose entrelaçada
É perceber que a unidade
Está a caminho e no próprio ninho.
A energia do beija-flor
Simboliza o amor que amanhece
Em nosso meio.
E nele creio se lhes apetece
A palavra “crer”.
E crer na unidade é entender que nada,
Absolutamente nada se isola.
Estão na sacola os feijões reunidos,
Então serão aquecidos.
Beija-flor, fina flor que rima com flor,
E sei lá mais o que f(l)or.

Dia 7 17 e 27 vejam na nete o blábláblá do Zetti


Nenhum comentário:

Postar um comentário