terça-feira, 7 de agosto de 2018

A não ser que...

A Não ser que ...
(Zetti)

O amor é ilusão. Total e completa ilusão, a não ser que seja radical e contemple tudo que vive.
Sexo é ilusão, a não ser que seja um encontro não só do instinto mas de todo o ser e do cosmos.
Fraternidade universal é um delírio e uma piada, a não ser que respeitemos tanto um humano pescando quanto um peixe que ele desrespeita.
Não têm sentido a vida a não ser que a sua semente venha de uma árvore comum que, por sinal ainda existe. Há trilhões de anos existe uma árvore com velhas raízes e um tronco comum que são todos os viventes e seus frutos são os mesmos. É a árvore genealógica da vida. Gente, qual é a lógica? Da mesmíssima semente é que viemos.
Meus textos são obscuros a não ser abras o coração para ver uma luz no final desse túnel.
Nada ver comigo os poéticos textos a não ser que eu mesmo seja um poema inserido no contexto.
Como assim, espinheira santa? Até as folhas tuas têm espinhos!? A não ser que teus espinhos sejam remédio.
Meu desejo é parecido com a espinheira: que algum aparente espinho dos meus textos seja remédio.
Voltas e mais voltas e voltamos no mesmo lugar. Onde está a reta que é atalho? A não ser que emendemos retalhos para fazer da vida uma colcha de retalhos onde nada se despreza. Façamos de uma mosca azul, um grilo, um beija-flor, um bezerro e uma criança uma linda colcha de retalhos.

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