sexta-feira, 7 de dezembro de 2018

A NÃO SER QUE...

Todo dia 7, 17 e 27 vejam na internete o blábláblá do Zetti.

A NÃO SER QUE...
(Zetti Nunes)

O amor é ilusão.
Total e completa ilusão, a não ser que seja radical
E contemple tudo o que vive.
Sexo é ilusão.
A não ser que seja um encontro não só do instinto,
Mas de todo o ser e do cosmos.
Fraternidade universal é um delírio e uma piada,
A não ser que respeitemos tanto um humano pescando
Quanto um peixe que ele desrespeita.
Não têm sentido a vida
A não ser que a sua semente venha de uma árvore comum
Que, por sinal ainda existe.
Há trilhões de anos existe uma árvore com velhas raízes
E um tronco comum que são todos os viventes
E seus frutos são os mesmos.
É a árvore genealógica da vida.
Gente, qual é a lógica?
Da mesmíssima semente é que viemos.
Meus textos são obscuros
A não ser que abras o coração
Para ver uma luz no final desse túnel.
Nada a ver comigo os poéticos textos
A não ser que eu mesmo
Seja um poema inserido no contexto.
Como assim, espinheira santa?
Até as folhas tuas têm espinhos!?
A não ser que teus espinhos sejam remédio.
Meu desejo é parecido com a espinheira:
Que algum aparente espinho dos meus textos seja remédio.
Voltas e mais voltas e voltamos no mesmo lugar.
Onde está a reta que é atalho?
A não ser que emendemos retalhos
Para fazer da vida
Uma colcha de retalhos onde nada se despreza.
Façamos de uma mosca azul,
Um grilo, um beija-flor,
Um bezerro e uma criança
Uma linda colcha de retalhos.

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