sexta-feira, 16 de agosto de 2019


LEMBRETE: o texto anterior  “UM PRODUTO FÁCIL DE VENDER”, não houve tempo para fazer uma revisão mais aplicada, o que prometo quando publicá-lo no livro 3 além de revisado sofrerá alterações para melhor. Agradeço a atenção de todos.


Todo dia 7 17 e 27 vejam na nete o blábláblá do Zetti.

COMUNHÃO parte I
(Zetti Nunes)
 
            Há uma abissal separação entre quem comunga partes e quem tudo inclui. Faço ou tento fazer uma ponte no abismo. Quem tem a doença de cataratas só vê o "lusco-fusco" das Cataratas do Iguaçu.           
           Uma curta história. Se te agradar curta. Menininha ainda foi abduzida por ETs de um cantinho no Universo onde não se explora a Natureza. Situa-se num planeta “neto” da Estrela Sirius. Lá foi educada e após alguns anos, devolvida aos familiares para os quais se tornou uma ponte e fonte de cura do lusco-fusco.
           Quando aqui era uma estranha no ninho. Num casarão próximo onde moravam, perguntou o porque dos jalecos brancos. Sua mãe disse que eram médicos e enfermeiros(as). Em hospital se entra doente e sai curado. Que bom, disse ela. Lá onde estive tem poucos doentes e a cura é com plantas medicinais. As cirurgias são raras.
           Em outro casarão, mais afastado da cidade e na troca de turnos, os funcionários também se vestiam de branco. Disse-lhe seu melhor amigo e irmão que ali os jalecos sujos de sangue não eram de médicos cirurgiões. Não, minha querida irmã, são funcionários de um frigorífico.     
           Não se assuste que ali é o contrário: Os animais entram com saúde e são despedaçados para serem alimento dos que se dizem de origem nobre ou até divina. E esse trabalho não move nenhuma compaixão? - perguntou. Não, a rotina os transforma num outro frigorífico, entendeu? São apenas os "testa de ferro" desses nobres de sangue azul.
           Em cidades pequenas há mini frigoríficos chamados açougues, onde moças como você entram ali e compram pedaços de bichos pendurados em ganchos e saem com a maior naturalidade, digo até serenidade. Olhou para a irmã e se assustou: ela estava pálida e suas mãos pareciam de um alcoólatra com "delirium tremens". A moça sentou ali mesmo numa grama sintética e apoiou as costas numa árvore de plástico e havia nos galhos passarinhos reais porém imóveis porque foram empalhados. E em seguida, cobriu o rosto com suas mãos trêmulas.
           Tinha ela saúde, agora, porém seus olhos se turvaram como se tivesse cataratas.
           Eram as águas termais da sua dor que saltitavam de duas brilhantes fontes. Inconsoláveis e inesgotáveis fontes!
           Um dilúvio inundou os impermeáveis corações humanos e seu planeta de plástico. Uma diferente  Cataratas do Iguaçu despencou em duas torrentes salgadas e quentes, caudalosas e silenciosas.
           Ali sentados, calados e colados os irmãos eram a própria imagem da comunhão que queriam ver no mundo. Eles não existiam, a comunhão tornava ausente o personal.

(no próximo texto, parte II, quero compartilhar com vocês o aprofundamento muito bonito que julgo da palavra linda, que se chama COMUNHÃO)

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