Dia 7 17 e 27 vejam na
nete o blábláblá do Zetti.
COMUNHÃO parte III
(Zetti Nunes)
Os detalhes complicam: a paisagem geral se vê do
mirante.
As reflexões que agora partilham têm como fundo um
sonho: amar (no infinitivo) era a mensagem, portanto sem u mensageiro do amor.
Não há um alguém separado no espaço inseparável que
contempla algo separado de si: é a
contemplação sem um sujeito que contempla.
Entre os espaços da mente, silêncio! O que é isto?
É comparável a um vaso cheio de vazio e ao mesmo tempo diferente do nada e do
existir. Não havendo o ruído mental, abre-se um espaço sagrado.
Isto é meditação. Digo mais: observe-se que ninguém
está separado daquilo que observa. Não há um ser que observa, todavia existe a
observação. Porque no universo, só existe o geralzão e a tendência deste é
descentralizar-se e bem assim o lado espiritual (que não tem lado). Focalizar
ou detalhar, cai no supérfluo e no superficial.
Um “big-bang” difuso é a nossa consciência, o nosso
ver e o nosso entendimento.
Caminha-se na beleza em cosmovisão de si mesma e
sem voltar-se para si mesma.
Há uma intensão secreta nesse tal plural. Senão,
vejamos: a vida é a multidão, família
única, todos na pluralidade. Pra que
afinal? — Não seria para que exista a comunhão?
Sermos o plural é condição “sine qua non” para que haja a unidade subjacente a ele.
Pluralismo sem personalismo, um reinado sem rei.
Há um testemunhar silencioso sem o sujeito que
testemunha e um observar sem uma entidade separada que observa, quero dizer,
sem um observador.
Na vastidão, não há salvador ou apoio de algo
separado porque a comunhão é a plenitude em si mesma.
É vasto o pasto e os seres na pastagem e não há
quem pastoreie. Num só tempo somos mestres e alunos. Importa que no momento de
ser mestre este não quer se destacar. Mestres ou pastores no sentido de
facilitadores uns dos outros, para que haja comunhão e não salvação individual.
Comunhão não vai na contramão do cristão, porém a salvação individual do cristão vai na contramão da comunhão.
Facilitarmo-nos já é comunhão, ou que seja, ajudar
a nos soltarmos do individual e sermos 1 com tudo que vive, inclusive com os
humanos!
Na mágica, o ilusionista, coloca a ceia na mesa a
qual se apoia em suas quatro pernas. Em seguida o mágico deixa a mesa sem
pernas. Resta a mesa e a ceia levitando no espaço, sem qualquer apoio.
É comparável à mesa da sagrada comunhão entre todos
os seres que independe de fatores externos.
O mágico nos ilude ao levitar a mesa, porém, o
enlevo da comunhão é a essência da ceia da vida, a levitação do pesado mundo, o
alfa e o ômega, o princípio e o fim.
Este agora atentíssimo e imemorial é o
entendimento que se funde em si mesmo, sem contudo se voltar para si.
Amor, unidade e comunhão estão além da expressão
palavresca.
A despeito desse limitável, quem puder captar um
pouquinho desse "além”, que capte; perceber, que perceba; levitar, que levite;
comungar, que comungue.
Um altissonante convite se difunde sem que haja um
centro de difusão.
Não há um ser individual que convida, no entanto de
um silêncio sagrado ressoa o convite:
comunguemos a Santa Ceia da Vida!
comunguemos a Santa Ceia da Vida!
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