segunda-feira, 16 de setembro de 2019


Dia 7 17 e 27 vejam na net o blábláblá do Zetti.

VERINHA UMA PAIXÃO
(Zetti Nunes)

Estávamos num sítio muito bonito. Meu amigo Zé era cheio de histórias.
Certa vez confessou-me sua paixão de adolescente: - Lembro-me como se fosse hoje, disse ele. Tinha 15 anos quando olhei bem de perto a parenta que vinha de longe e todo ano passava as férias lá em casa.
No dia em que despertei para ela, era seu aniversário. Eu estava na janela e ela veio pelo lado de fora. Ficamos face a face, bem juntinhos. Olhos verdes, às vezes claros, às vezes oliva, conforme a claridade ou seus sentimentos, não sei. O que sei é que ali junto dela e pela primeira vez, embasbaquei, flutuei, perdi o ar.
Perguntei ao Zé: - Eu a conheço?
No final desta história você verá a Verinha ao vivo e a cores. E continuou.
- Exalava ela uma fragrância sutil de erva doce ou de uma erva de beira de estrada onde zumbem as abelhas, uma quase hortelã, um quase eucalipto, uma flor de lis!
Os anos com vagar festejavam seus aniversários. Sempre charmosa vestidos alegres, ora um carmesim, ora um amarelo girassóis, ora um ora-pró-nóbis, ora um arco-íris, sei lá!
Talvez ela fosse o próprio arco-íris disfarçado de mulher.
Zé brincou comigo:
- Você já viu arco-íris perfumado? E arco-íris com mais de uma curva?
Em cada curva dessa estrada - meu caminho, mau caminho - um suave e doce balanço.
Este ano, como nos outros, Verinha ficou bem frente a mim no varanda. Silente aconchego. Estavam ainda mais belos seus olhos. Um verde que me impregnou até as entranhas, cheia do seu cheiro, aquele que bem conheço e me embeveço. Posso exclamar agora, sem sombra de dúvida e sem nenhuma sombra de tristeza: Que quero eu mais da vida, se tenho seu verde olhar, seu perfume?
Pare com esse mistério! – disse eu.
- Sim, vamos pra varanda! – disse o Zé, e citou a bíblia em Mateus 6 versículo 29: nem o rei Salomão se vestiu como a Verinha.
Mas não queria só dizer quem ela é. Muito mais do que dizer, quero festejá-la.
Mês de agosto, dela lembro,
E Já começo a ser feliz,
Antes mesmo de setembro,
Esperando a flor de liz.
Vera, deveras, não é uma flor de liz que tem  somente um matiz. São todas as flores. E não é uma prima qualquer, uma estação qualquer de um ano qualquer.
Amo-te, cheirosa e multicolorida PRIMA... VERA!

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