SEM QUERER QUERENDO
(Zetti Nunes)
Escrevo desde jovem em um
caderno sem pauta e sem alinhamento, na brancura sem mácula do papel.
Sem verdades ou mentiras
mentalizadas, no embalo e válvula de escape expressando o que mais tenho de
bonito: alma limpa talvez imaculada.
Nada a querer, a não ser a
inocência de formar uma quadrilha de meninos: meu irmão Ito, Gilmar, Eu mesmo e
Jesuzinho que o Ito apelidou de Zinho.
Contava Zinho que certa vez
entrou no templo para conversar com os Doutores da lei e se segurava para não
rir das sisudas elucubrações daqueles teólogos. Para disfarçar disse: é só amar
e brincar e saiu de lá rindo. E o Ito imitava a pose dos homens da lei e Zinho
quase morria de rir, só não morria justamente porque ria.
E por falar em morrer nada
quero “pós mortem” a não ser ficar
encantado e abraçar as mulheres que amo, sem transmitir corona vírus. Imóvel como
uma árvore milenar, abraçá-las “ab
eternum”.
A quadrilha convidou para
dançar quadrilha, quatro Marias: A Maria Madalena de parceria com Zinho e as
três Marias do céu estrelado, parceiras de nós três.
E dançamos até o sol entrar na
roda com sua Aurora que era a menina dos seus olhos.
O sol também menino de dez
anos-luz, confidenciou-nos que não queria ser rei-sol, mas apenas desabrochar
como flor naquela manhã e no amanhã de todas as manhãs.
Zinho se inspirou: nada mais
quero, mas quero porque quero duas asas de quero-quero; quero ser feliz e não
ter vergonha de ter nariz (e todos riram).
Tudo era dez para a quadrilha
de cinco casais; uma só Aurora da vida e nota dez na escola da vida e dez anos
a nossa melhor idade.
O famoso meninoZinho não
queria a fama, porém, transmutar-se na viva e eterna chama do amor.
“Finis coronat opus” (o fim coroa a obra)
Todo dia 7 17 e 27 vejam na internet
o blábláblá do Zetti.
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