AGUDEZ X MACIEZ
(texto escrito logo
após a tragédia de Suzano)
Tem a
suavidade dos minutos que antecedem o nascer do sol e que se emenda com o rabo
da noite. Na varanda tem o vaso e a terra dentro que se emenda com a flor e o
vento suave que balança a folhagem e espalha odor. Tem a graciosa Estrada da
Graciosa que serpenteia e se emenda ao não menos gracioso Rio Nhundiaquara
(PR). Mais além, serpenteia o trem
brincando de furar montanhas.
E tem trens
não muito zens, reverso que se emenda no perverso.
Lá mesmo, o
trem que serpenteia cortou ao meio a serpente cascavel e tem a cascavel que
engole sapo e qualquer “trem” animal.
Tem a onça
dos humanos presa que se preza em rasgar presas com suas medonhas presas.
Tem a briga
de cães, outras lutas e outros trens.
Contrastes!
Na natureza
é assim, sem escolha. Em nós é proporcional a expansão do entendimento. Se por
dentro insuflamos e alimentamos o homem das cavernas iremos nos alimentar como
eles e teremos um prazer mórbido de ver cenas de violência.
Contradiz
nossa vocação de maciez.
No geral e no nosso inconsciente
escolhemos a agudez e a maciez juntos. Escolhemos não! — de forma subliminar
foram nossos pais e a sociedade que escolheram por nós e aceitamos
passivamente.
Sobre isto ou
aquilo não se devia engolir sapo antes de a si mesmo perguntar:
— É bom para
mim e para a humanidade?
— É bom para
a vida, a natureza e o planeta?
Se assim é,
também é bom para a unidade e a evolução universal e naturalmente para o
Criador.
Comprova Einstein
que o universo é curvo... e os astros redondos.
A suavidade,
o zen, a maciez fazem sentido. Vez ou outra batemos de frente. Travessos,
atravessamos como “reto de lagarto”. Mais interessante e surreal é este
contraste: até os “retos” são redondos!
Voltemos ao
vaso de barro na varanda. Ele quebra!
Tudo é delicado: a flor, o vento e o odor. Imagine você e eu
integrando essa paisagem. De repente acabou-se o que era doce: “eu vou te
contar um caso eu quebrei o vaso e matei a flor (de: Daniel Barbosa -
Geraldo Blota – Mirabeau)”.
Só mais um contraste, refiro-me à
tragédia de Suzano – SP. Se houvessem filmado toda a cena, muitas pessoas
teriam prazer em ver na TV esse massacre e várias vezes, na proporção da sua
maior ou menor morbidez.
Insanos que somos.
Suzano que amo,
hosana!
Suzano é mansinho
Suzana é carinho
É doce balanço a
caminho de amar.
Hosana Suzana!
Que dança e anda
Que anda na dança
Suzana com graça - lambança.
Não faça pra mim tanta onda
Meu barco em tuas ondas balança
Mergulho e me encharco
Me orgulho de ti
Suzano Suzana te amo.
Hosana!
Hosana!
Todo dia 7 17 e 27
vejam na internete o blábláblá do Zetti
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