sexta-feira, 26 de junho de 2020


ÚLTIMO TEXTO
(Zetti Nunes)

Meu intuito é dar uma satisfação aos poucos seguidores, não de mim, mas dos meus textos.
Página 135 do meu primeiro livro: se, ao escrever... consigo que uma única pessoa com-preenda, este livro não está sendo em vão. Isto foi em 2016, mas desde 2010 que escrevo e ninguém ainda me compreendeu. Não é questão de ser poeta ou não, quem compreende age nos conformes, portanto...

Escrevo para o vento.

Sou ininteligível para uns, indigesto para outros e insuportável para meus críticos.
Anteontem ventava aqui em Balsa Nova – PR. Tenho pra mim que escrevo só para ele:

Vento daqui pra frente só você é meu leitor e confidente.

Aviso que não estou “deprê” estou como meu gato que se chama Sereno e minha amiga apelidada de Serena (Joice).
Entendo porque não me entendem. Não sou eu quem digo, sim Confúcio: “se queres entender o presente, conheça o passado”.
Plantamos “fique na sua” e colhemos essa monocultura.
Sua o que? — cada ser que fique na sua — espécie — e com sua programação. Humanos também. Humm-manos! Quero dizer, nós imitamos os animais programados e também os gramados.
Sua o que? — cada um na sua linha de ali-e-nados e alinhamentos de ideias. A matemática que é ciência e a consciência nos diz que cada um na sua linha paralela nunca haverão de se encontrar. Então é isso: entendo quem não me entende.
O inverso da frase é que é trágico, trágico não só para mim, mas para o paraíso que poderia ser este aqui neste agora.
Confirma a ciência de que tudo está conectado. Num sentido largo, os humanos estão numa grande ilusão porque agem como se fosse o contrário. Ou seja:
É ilusão minha tirá-los dessa ilusão.
Outra ilusão são esses meus 77 anos.
Os parentes me mentem: tenho no máximo 57! Talvez envelheci, depois desenvelheci.
Escrevi na orelha do meu segundo livro: aqui cheguei em 1943 e ainda não me acostumei.

Não mais todo dia 7, 17 nem 27, lerás o blábláblá do Zetti.


terça-feira, 16 de junho de 2020


SETE TORRES DE VIGIA
(Zetti Nunes)

1ª HOLISMO — É o universo em interação e os seres em conspiração entre si. Conclusão: se nos isolamos não temos acesso ao Grandioso porque a vida é entre ajuda e sem alternativas outras. Por assim dizer, somos o álter ego da existência fora de nós.
2ª ESSA COISA — A experiência interna do sagrado difere de crer. Sabemos e não cremos que existe essa coisa que as palavras não captam e muito menos o racional. A palavra Deus não é Deus. O amor se derrama do entendimento conectado a uma única e mesma unidade. Se me permitem dizer, o único atributo de Deus é ser a própria unidade. Isto não é panteísmo, é vivência. Quando percebemos que todos os seres são UM com Deus, dessa fonte una brota o amor ou a consciência de amar ou no mínimo, respeitar todos os seres debaixo deste único Templo Cósmico. Reprisando e pisando na mesma tecla: da fonte una brota tudo e esse tudo é o amor... É preciso aprofundarmos esse pequeno texto que chamo de ESSA COISA.
3ª PRETOS: UMA CONVERSA SOBRE — Quem vive do passado é museu. Até mesmo uma tragédia como esta do George Floy, não vai mudar a arrogância branca sobre a negritude. Uma simples cor da pele: pode? Se um E.T de super consciência vivesse entre nós não entenderia jamais essas questiúnculas. Grande mérito tem o branco que abriu seus olhos sobre a ótica do preconceito e abriu seu coração, e quando toma as dores dos pretos abre a boca no mundo.
4ª TEOLOGIA DAS ESPÉCIES — Seria bom praticarmos uma espécie de teologia do coração e excluir a adoração porque Deus não precisa disso. Sobretudo não advém de uma espécie de filosofia espiritual. A razão é fria (não entro nessa fria). Filosofia Espiritual é essa teologia tradicional. Volto à palavra “espécie”: teologia do coração é uma espécie de reverência por todas as espécies. É o que me move, minha força e também minha doçura. Neste instante escuto o “curicac” das curicacas. Se hoje eu fosse surdo, ao vê-las voar, ouviria essas aves magníficas da minha infância. Escrevo a partir dessas praxes, ao bel prazer, reverência e loucura de ser todos os seres do meu entorno. Inclusive os seres humanos. Inclusive as curicacas. Doce teologia essa, embora sofra eu as suas consequências. Novamente me socorre e me ocorre a palavra ESPÉCIE: é uma espécie de padecer no paraíso.
5ª ESPINHOS SÃO REMÉDIOS — Conhece você pessoa que me ler, o tal ouriço que solta espinhos? — pois saiba que sou esse tal! Responda você para mim Cecília Meireles: “eu te deixo aroma até nos meus espinhos”. Simbólica é a espinheira santa: suas folhas espinhentas são um santo remédio! Também me valho do “Che”: “é preciso endurecer-se, mas sem jamais perder a ternura”. Aproveito esse comunista para uma ironia. Os mais velhos lembram os “anos de chumbo” enquanto os estudantes falavam em “anus de ferro”, isto é, CDF. Refiro-me aos bolsonaristas radicais: é preciso ter CDF para aguentar que o STF é comunista.
6ª MAIS DUAS IRONIAS (AGORA SOBRE MEDITAÇÃO) — A primeira é de Krishanamurti que me inspirou e me levou à outra: três amigos abandonaram o mundo e foram para o resto de suas vidas meditar no Himalaia dos Monges que se recusam até a falar. Mas após dez anos, um deles não aguentou e falou: acho que hoje vai chover. Mais dez anos e um outro respondeu: hoje não vai chover. Mais dez anos se passaram e os dois foram repreendidos pelo terceiro monge: por favor irmãos parem de tagarelar, vocês estão atrapalhando minha meditação! Aqui no ocidente quem medita é só os que gostam de futebol. Explico: quando o jogo é pela Tv, milhões meditam. É quando vez ou outra morre alguém e o juiz apita para que façam um minuto de silêncio antes do jogo começar.
7ª VIRADA HISTÓRICA — Por último e ainda um pouco de futebol. Por sinal “ainda” é uma palavra linda. Ainda estou na lama, mas daqui há 532 anos é possível que eu seja um Dalai Lama. Impossível? — Não. “Tudo é possível àquele que crê” (Marcos 9:23). É incrível que é possível tornar o impossível possível. Então, é impossível existir o impossível. Para nós amantes da natureza dou um exemplo: no primeiro tempo deste jogo está 9X0 para os exploradores do planeta, da vida, dos animais, da Amazônia e tudo mais. Lembro a você que tem mais os outros 45 minutos do segundo tempo. Vamos virar esse jogo?
todo dia 7 17 e 27 vejam na internete o blablablá famoso do Zetti

sábado, 6 de junho de 2020


ATÉ A EXAUSTÃO
(Zetti Nunes)

Até quando baterei na mesma tecla para que entendam meu samba de uma nota só?
Progresso significa cada vez mais conexão no sentido global e profundo e não só na tecnologia. Do mínimo de harmonia na calçada fria até se chegar ao alto da sacada.
Mesmo que seja daqui a 532 anos a grande sacada é esta: somos 1! Só esta nota só, efetivará o reino de Deus neste chão ou no mínimo estaremos na antessala.
Há coerência no outro lado: por que tanto inferno neste aqui agora? — o sentimento de separação gera o desamor não é?
Mudo a frase de Dante Alighieri sobre o tal inferno: deixai toda esperança de paz e amor, vós que acreditais na apartheid!
Na mesma tecla e até a exaustão: é do menos para o mais que se cresce; essa ai doeu para o “nós”. Há sempre um cão perdido em alguma parte, é o sentimento do NÓS o que inclui a totalidade.
Não se cresce como rabo de cavalo, dizia o gaúcho Júlio Nunes, meu pai.
Coloquemos mais um “u” nesse Nunes: nu unes isto é, se estamos nus no sentido profundo sem vestimentas, sem nos enrolarmos em qualquer bandeira, então não haverá discussões ou atritos. Sete pessoas ou sete bilhões nos uniremos de fato porque não temos conceitos e desse fato nascerá algo de bonito, porque é da unidade que nasce o amor, porém da unidade da mesma fonte ainda não turvada pelo sistema. Teremos então o direito de dizer que nos amamos de fato e não aquilo que dizem: vamos nos amar. Quem diz isso sem os pré-requisitos de que falei, não sabe o que diz. O amor que vem da fonte sem mácula transcende a gentileza. Bom é ser gentil, mas em 99% temos 99 armas engatilhadas. Ora! Isso é esconder a sujeira da separação obvia que temos entre nós e varrê-la para debaixo do tapete.
Nus e limpos? — naturalmente, na medida em que nos descondicionarmos. Nem mesmo uma criancinha é totalmente inocente porque o ego nasce quando ela chora e aprende em seguida que ganhará o leite.
É urgente essa ânsia de entrarmos em comunhão. Antes, porém, urge a ânsia de vômito: vomitar nosso eu, desensinarmo-nos e escutar o agora não é teoria, ele está neste instante entre nós e não está nos enésimos segundos que jazem. O mérito do aqui agora é escutar este supra real enésimo.
Que me desculpem os sisudos: a flor desabrocha e em seguida, brocha.
Oh sim! — as flores são belas e perfumam, mas o seu mérito não é serem belas e perfumosas.
O que lhes é meritório é não saberem que são belas e perfumosas.

Todo dia 7 17 e 27 vejam na internet o blábláblá do Zetti.