ÚLTIMO TEXTO
(Zetti Nunes)
Meu intuito é dar uma
satisfação aos poucos seguidores, não de mim, mas dos meus textos.
Página 135 do meu primeiro
livro: se, ao escrever... consigo que uma única pessoa com-preenda, este livro
não está sendo em vão. Isto foi em 2016, mas desde 2010 que escrevo e ninguém
ainda me compreendeu. Não é questão de ser poeta ou não, quem compreende age
nos conformes, portanto...
Escrevo para o vento.
Sou ininteligível para uns,
indigesto para outros e insuportável para meus críticos.
Anteontem ventava aqui em
Balsa Nova – PR. Tenho pra mim que escrevo só para ele:
Vento daqui pra frente só você é meu leitor e confidente.
Aviso que não estou “deprê”
estou como meu gato que se chama Sereno e minha amiga apelidada de Serena
(Joice).
Entendo porque não me
entendem. Não sou eu quem digo, sim Confúcio: “se queres entender o presente,
conheça o passado”.
Plantamos “fique na sua” e
colhemos essa monocultura.
Sua o que? — cada ser que
fique na sua — espécie — e com sua programação. Humanos também. Humm-manos!
Quero dizer, nós imitamos os animais programados e também os gramados.
Sua o que? — cada um na sua
linha de ali-e-nados e alinhamentos de ideias. A matemática que é ciência e a
consciência nos diz que cada um na sua linha paralela nunca haverão de se
encontrar. Então é isso: entendo quem não me entende.
O inverso da frase é que é trágico,
trágico não só para mim, mas para o paraíso que poderia ser este aqui neste
agora.
Confirma a ciência de que tudo
está conectado. Num sentido largo, os humanos estão numa grande ilusão porque
agem como se fosse o contrário. Ou seja:
É ilusão minha tirá-los dessa
ilusão.
Outra ilusão são esses meus 77
anos.
Os parentes me mentem: tenho
no máximo 57! Talvez envelheci, depois desenvelheci.
Escrevi na orelha do meu
segundo livro: aqui cheguei em 1943 e ainda não me acostumei.
Não mais todo dia 7, 17 nem
27, lerás o blábláblá do Zetti.