ILUSÃO E REALIDADE
(Zetti Nunes)
Os números também nos ensinam.
A conta é simples: a pluralidade numérica é a extensão da unidade. Por analogia
o número infinito de partículas infinitesimais existentes é apenas o
desdobramento do número 1.
Um: que coisa é essa tão
primeira e tão primordial? Deixemos a pergunta no ar. Do primordial jorra tudo
o mais e conforme nosso nível de consciência.
É ilusão partir dos detalhes e
analisá-los: distorcemos a nosso bel prazer e de uma simples mensagem “não
matarás”, proliferam prolixidades. É do geral que se intui o particular. No
entanto se estamos abarrotados de teorias, fica difícil ter insights.
No mesmo assunto: a Doutrina
Secreta é um resumo dos ensinos do oriente. Há mais de mil anos antes do somos
1 de Jesus, os Veddas receberam esta mensagem: a maior ilusão é a
separatividade. Não captaram ou não quiseram captar essa mensagem e a Doutrina
Secreta (duas ou três vezes maior que a Bíblia), são detalhes para se
desculpar. Ora bolas! Somos todos da mesma gema e por tanto devíamos cuidar que
ninguém gema; simbiose isto é, todo mundo se ajudando; ou somos irmãos e da
mesma cepa, da mesma família de toda a criação; harmonia e tal + tal. Esse não
há separação dos Veddas é o mesmo “um só rebanho e um só pastor de Jesus”. Penso
até que essa não é uma mensagem qualquer, é a maior mensagem.
É fantasia pensarmos que somos
uma ilha da fantasia.
O real é que somos um oceano
(pacífico).
Ilusão é pensarmos que existe
um centro e como consequência uma periferia.
A uma real possibilidade de
nos transmutarmos e nos diluirmos no diverso, no bio diverso, no múltiplo, no
plural e por fim, no mistério UNO.
Ilusão é pensarmos que as
ideologias políticas e religiosas irão mudar o mundo. É aí que o burro empaca e
a porca torce o rabo.
A leveza não briga com o burro
nem o obriga.
Um fio de teia de aranha de
compaixão pode arrastar um trem.
Fantasia é pensarmos que Deus
age sozinho e dessa forma intervém no mundo.
Sim, estamos nos seus braços!
Na realidade, porém somos os
próprios braços de Deus no mundo.
Ilusão é pensarmos num Deus
que só nos acena do passado.
É preciso aceitar a realidade
de “um dia de cada vez”.
A Mestra ou o Mestre Universal
está neste momento aí com você e aqui comigo neste instante.
Ilusão é o engessado, o freio
de mão puxado, a cintura dura do futebol, enfim a ideia de que tudo já está bem
feito por Deus e acabado. A beleza real é estarmos indo evolu-indo e também,
progre(d)-indo. Portanto nada está acabado.
A beleza real é mãos à obra
(mãos de artista), para o conserto do concerto da Sinfonia Inacabada.
Fantasia é fracionar a vida em
vidas, hierarquizar, rotular e de tal maneira que o ser mais forte domine.
O que chamamos de vidas na
realidade são manifestações da vida e
um pouco do mistério do Imanifesto.
Defender minha espécie, minha
família, minha minha, meu meu meu: as ilusões enganam.
A realidade está na Grande
Família Universal, não existe outra. Nos pequenos grupos somos apenas
estagiários para aprender a viver na grande família terráquea. Grande? — ponha
grande nisso!
Fantasioso é tagarelar a Deus
e não ouvi-lo.
A real espiritualidade está
inversamente proporcional à tagarelice. É como fechar os ouvidos aos ruídos de
mim e do meu e escutar os sussurros da IMPESSOALIDADE por aí difusa; é como
fechar os olhos para ver, isto é, ver com o coração. Orar um poucochinho é
válido, mas muito, muito mais agradecer. (Será que me fiz entender um
poucochinho?).
Na Índia dizem há milênios que
a maior ilusão é pensarmos que há separação. Da separação surgem as panelas e
até literalmente os panelaços políticos. E há os que me rech-arçam em panelas
de aço!
A suprema realidade se
expressa numa palavra curta e outra comprida: um e inseparatividade. A suprema
bem aventurança é nós, humanos, comungarmo-nos mutuamente; sem precondições
abrirmos os braços para abraçar todas as criaturas; incondicionalmente, repito,
pegar no colo tanto os filhotes de animais sem as suas mamães como as
criancinhas famintas da África.
Longa vida e paz a todos os
seres.
Todo dia 7 17 e 27 vejam na
Internet o blábláblá do Zetti